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  • Pesquisadores desenvolvem 'dummies' para simular idosos e obesos
  • Cientistas estão projetando nova geração de bonecos para testes de colisão em automóveis com impressão 3D
  • Por Alessandro Reis

    O crescimento da expectativa de vida e da obesidade são fenômenos mundiais, verificados inclusive em países com baixo desenvolvimento socioeconômico, e isso não tem a ver apenas com Previdência Social e pagamento de aposentadorias e benefícios para pessoas enfermas por conta do excesso de peso. Pessoas com esse perfil também requerem atenção especial quando se trata de fabricar automóveis mais seguros.

    A Humanetics, fabricante americana de “crash test dummies”, os bonecos usados para verificar risco de lesões em testes de colisão em veículos, anunciou dois modelos baseados em uma mulher de 70 anos com índice de massa corporal 29 e de um homem de meia-idade com índice 35. Esse número leva em conta o peso e a altura e qualquer índice acima de 30 indica obesidade – portanto, os dois novos bonecos simulam pessoas acima do peso ideal.

    O desenvolvimento dos “dummies” contou com a ajuda de Stewart Wang, cirurgião especializado em trauma e diretor do Centro para Medicina Automotiva da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

    Idade média da população está aumentando no mundo todo

    De acordo com Wang, os idosos e os obesos não têm sido contemplados adequadamente quando se trata dos dummies, que trazem sensores em diferentes partes do corpo para aferir se elas estarão protegidas em caso de batida. Uma pesquisa divulgada em 2013 pela Universidade da Califórnia aponta que ocupantes acima do peso correm até 78% mais risco de morte em acidentes automotivos que usuários com massa corpórea considerada normal. Como é comum ganhar peso com o passar dos anos, os idosos estão incluídos parcialmente nessa conta.

    Segundo Stewart Wang, os obesos tendem a sofrer mais ferimentos nas pernas do que no abdômen, enquanto os idosos têm no peito a parte do corpo mais exposta em caso de colisão do automóvel. Os bonecos que ele ajudou a projetar enfatizam a análise de eventuais danos justamente nessas duas regiões.

    O médico explica que a parte do cinto de segurança de três pontos que passa na altura da cintura costuma ficar acima do abdômen dos obesos, o que traz risco de o corpo deslizar em caso de colisão e bater no painel. Nos mais velhos, a parte diagonal do cinto, que vai sobre o peito, pode causar lesões nessa região.

    Para construir os bonecos, foram produzidas imagens computadorizadas do corpo de vítimas de acidentes com as características físicas citadas acima. Os “dummies” trazem “órgãos artificiais” e ossos feitos com impressão 3D que são analisados após os testes de colisão. Tudo para obter resultados mais precisos.

    Os bonecos ainda estão na fase de protótipo e a Humanetics pretente, com o auxílio da impressão 3D, simular inclusive de uma costela, caso sofra fratura em determinada região, pode perfurar determinado órgão. Agora falta saber quando essa nova geração de dummies começará a ser adotada nos “crash-tests”.

    Publicado em 01/06/2017


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