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  • Apesar das margens apertadas no pós-pandemia, concessionárias pretendem colaborar com projeto
  • Por Alzira Rodrigues / AutoIndústria

    O setor automotivo brasileiro precisa ganhar escala e, nesse contexto, é fundamental a oferta de modelos 0 km mais acessíveis do que os disponíveis atualmente”.

    Com essas palavras o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior, demonstrou total apoio da entidade aos debates em curso no âmbito do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, que visam criar condições para reduzir o preço do chamado carro de entrada, antes denominado popular, de forma a atrair mais brasileiros para o mercado de novos.

    Andreta disse que todos os itens envolvendo um acordo setorial em torno dessa ideia ainda estão sendo debatidos, mas adiantou que acredita em um encaminhamentos de soluções no curto prazo. Além da Fenabrave, também Anfavea e Sindipeças participam das discussões.

    O objetivo seria resgatar em parte a câmara setorial do início dos anos 90, quando o governo baixou impostos e montadoras e concessionárias reduziram margens para viabilizar um carro mais barato. Andreta insistiu que as concessionárias operam com margens apertadas a partir da pandemia da Covid-19, mas admitiu que também a rede pretende dar sua contribuição para tornar viável o projeto.

    Apenas dois carros atualmente produzidos no Brasil são considerados de entrada, o Renault Kwid e o Fiat Mobi, cujos preços da versão básica estão em torno de R$ 70 mil

    O mercado automotivo até reagiu em março, com 187 mil emplacamentos e altas de 56% sobre fevereiro e de 38% sobre idêntico mês do ano passado, mas a Fenabrave atribui o desempenho positivo aos baixos resultados do início de 2022, quando a falta de chips impedia um nível de produção compatível com a demanda.

    “Estamos diante de um cenário desafiador, marcado pelo alto endividamento das famílias, aumento da inadimplência, alta de juros e seletividade de crédito por parte das instituições financeiras, o que vem restringindo a demanda por parte do consumidor”, comentou Andreta, informando que a Fenabrave mantém projeções de um empate na venda de veículos leves este ano em relação a 2022.

    Na sua avaliação, o cenário ainda é nebuloso porque as medidas em debate no novo governo, que em geral são positivas, ainda precisam sair do papel. O acordo em torno de um carro de entrada enquadra-se nos projetos favoráveis do atual governo no sentido de vendas e emprego.

    Apenas dois carros atualmente produzidos no Brasil são considerados de entrada, o Renault Kwid e o Fiat Mobi, cujos preços da versão básica estão em torno de R$ 70 mil. Apesar das demais marcas não terem produtos nessa faixa de preço, Andreta diz que também a Volkswagen, General Motors e Hyundai teriam condições de lançar um carro mais barato caso o acordo setorial seja consolidado.

    A GM, por exemplo, deixou de produzir aqui o Joy (a antiga geração do Onix), mas mantém linha do produto na Colômbia. Ou seja, teria como resgatar o modelo. No caso das demais marcas, a ideia seria ter um carro mais básico dos que os atuais, com menor itens de segurança e conforto.

    “Mas sem nenhuma perda da segurança veicular conquistada até aqui”, destacou o presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa, ao confirmar na sexta-feira, 31/3, o apoio da empresa ao projeto do carro de entrada.

    Publicado em 04/04/2023


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