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  • Baterias integradas ao chassi: novo passo para elétricos mais eficientes
  • Baterias integradas na estrutura tornarão os carros elétricos mais baratos, espaçosos e capazes de atingir 1.000 km de autonomia
  • Por Jorge Meditsch

    A Tesla e as empresas chinesas BYD e CATL estão trabalhando para integrar a bateria na estrutura dos carros. Assim, as células passariam a ter um duplo papel: movimentar o veículo e ser parte de seu esqueleto. Os novos projetos estruturais dessas empresas se destacam não apenas por mudar a forma com que os carros elétricos são produzidos, mas elevando sua autonomia e reduzindo os custos de fabricação.

    A nova fabricante chinesa de carros elétricos Leapmotor, ainda pouco conhecida, diz que será a primeira a produzir um carro com a tecnologia cell-to-chassi. O sedã C01 da Leap deve chegar ao mercado até o final deste ano. Usando tecnologia própria, que a empresa já ofereceu às concorrentes para compartilhamento sem custo, a Leap proclama que o C01 tem melhor dirigibilidade graças à melhor distribuição de peso), uma autonomia ligeiramente superior e maior segurança em colisões.

    Baterias de veículos elétricos tradicionalmente usam módulos de células interconectados. Módulos padronizados podem se adaptar bem a um determinado pacote, mas também deixar grandes áreas de espaço desperdiçadas em outros. A tecnologia cell-to-pack permite que blocos modulares fiquem fora do pacote da bateria, desperdiçando menos espaço.

    A CATL já tem uma fábrica na Alemanha, está construindo outra na Indonésia e planeja investir nos Estados Unidos. Mas um dos principais fatores para a expansão global da empresa deverá ser a tecnologia cell-to-chassis, em que a bateria, o chassi e a carroceria do veículo elétrico são totalmente integradas, eliminando a necessidade de posicionar uma bateria separada no veículo.

    A redistribuição do volume ocupado pelas baterias também vai liberar espaço interno, pois não será mais necessário elevar o assoalho para acomodar as células sob o piso. Como as células passam a constituir o chassi, os fabricantes poderão colocar mais células no carro, aumentando a autonomia. A CATL calcula que veículos com esse tipo de design poderão atingir até 1.000 km com uma carga - cerca de 40 por cento mais que com a tecnologia de baterias convencional.

    Muitos veículos elétricos existentes foram criados a partir de plataformas de carros com motores a combustão e alguns continuam a utilizá-las. A integração das baterias ao chassi pode tornar essas plataformas completamente superadas

    Carroceria

    As células de baterias serão integradas à estrutura dos carros como acontece com as asas de alguns aviões, que na realidade são tanques de combustível com formato aerodinâmico, com função estrutural. Integrar as células no chassi permite que ambos sejam multifuncionais. As células tornam-se parte da estrutura e armazenam energia. Isso elimina o peso das caixas de baterias.

    Além disso, segundo a Tesla, esse tipo de design pode eliminar até 370 peças na fabricação do carro. A redução no peso pode chegar a 10 por cento, o custo da bateria diminuirá 7 por cento por kWh e a autonomia do veículo vais aumentar consideravelmente.

    Muitos veículos elétricos existentes foram criados a partir de plataformas de carros com motores a combustão e alguns continuam a utilizá-las. A integração das baterias ao chassi pode tornar essas plataformas completamente superadas.

    Nova tecnologia, novos desafios

    Apesar de todas essas vantagens, a adoção das baterias estruturais deverá criar novos problemas para a indústria. Substituir células com problemas, por exemplo, será muito mais difícil com o alojamento no chassi, já que cada uma delas fará parte da estrutura do carro. Outro problema acontecerá quando o carro for sucateado. Até agora, os módulos de baterias podem ser utilizados em outras aplicações, mas o novo design integrando o chassi pode limitar seu aproveitamento para armazenar energia para outros usos.

    Publicado em 30/08/2022


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