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  • Kwid E-Tech: o popular do futuro?
  • Um carro simples, mas razoavelmente completo, com todas as virtudes dos elétricos puros, Só o preço atrapalha
  • Por Jorge Meditsch

    Simples e agradável. O Kwid E-Tech é uma projeção do que poderão ser, num futuro ainda não definido em nosso país, os carros populares totalmente elétricos. Por enquanto, esqueça o “popular”: ele custa quase R$ 150 mil, ou seja, umas duas o que é cobrado por um carro equivalente convencional. Mas rodar com ele custa sete vezes menos que com gasolina.

    Se vale a pena ou não na ponta do lápis (ou calculadora), é duvidoso. Mas o pequeno Renault tem seus atrativos. Mesmo com acabamento muito simples, ele proporciona uma experiência de condução diferenciada, só possível nos carros movidos a eletricidade.

    Você entra no carro, introduz a chave e gira, como se fosse um veículo normal. Parece que nada acontece, o motor não começa a funcionar, o painel dá umas piscadas e aparece um discreto “OK” verde, indicando que está tudo pronto para arrancar.

    Nada de câmbio

    Apesar da ficha técnica incluir um “câmbio”, isso não existe no E-Tech. Um seletor discreto e sem graça no console tem três posições: neutro, drive e ré. O motor se comunica com as rodas através de um redutor e não há marchas. A marcha à ré se dá pela rotação invertida do motor. Simples.

    No painel, há um indicador de carga e um “econômetro”, que mostra quanta energia você está consumindo a cada momento por meio de faixas vermelhas ou azuis. As vermelhas crescem nas arrancadas e subidas e as azuis aparecem toda vez que você tira o pé do acelerador e o motor passa a funcionar como um gerador, recuperando parte da energia dissipada. Nas descidas, esse efeito regenerador provoca uma desaceleração e, frequentemente, é preciso pisar de leve no acelerador para manter a velocidade.

    O Kwid E-Tech é ágil na aceleração – uma virtude dos motores elétricos, que disponibilizam o torque máximo desde a arrancada. Nas ruas, que deverão ser seu elemento natural, a agilidade também é uma das virtudes maiores. O motor tem 65 cv e torque de 11,5 kgfm e fica no fundo do compartimento, deixando muito espaço livre sob o capô. Coisa de carro adaptado, os elétricos futuros deverão aproveitar essa virtude melhor.

    Mas a maior de todas é o silêncio. Tudo o que se houve ao rodar é o ruído das saídas do ar-condicionado que, no Kwid normal, nem seria percebido, abafado pelo motor. Vibrações também não há, a não ser as que vem do piso: a suspensão é de carro popular e não filtra tudo, mas não chega a incomodar. O ar-condicionado tem motor elétrico próprio, uma tecnologia que algumas fábricas já estão começando a usar mesmo em carros a combustão ou híbridos.

    A autonomia é bastante razoável para o uso no dia a dia. Afinal, quem chega a rodar mais de 200 km por dia?

    Como é mandatório no mercado, o E-Tech traz um sistema de conectividade e interação bastante satisfatório. Também tem câmera de ré, o que é sempre bom.

    Autonomia: excelente para a cidade

    A autonomia é boa se pensarmos em uso urbano: a fábrica fala em 298 km, mas na prática fica pelos 230. Mas quem roda tudo isso no dia a dia? Além disso, se você tiver como recarregar no trabalho, poderá manter a carga quase total sempre. Em casa, dá para recarregar de noite numa tomada normal de 20 A com o kit que vem com o carro e, aliás, ocupa espaço no porta-malas que não é dos mais espaçosos. No carro, a tomada fica sob o logotipo na dianteira. Para quem insistir em viajar com o E-Tech, é bom verificar a existência de postos de recarga rápida ao longo do caminho. Já existem alguns, mas ainda são raros.

    Entre os recursos de segurança, o Kwid E-Tech traz de série alerta de não utilização do cinto para todos os ocupantes, limitador de velocidade e controle eletrônico de estabilidade. Faz falta o piloto automático. O carro também tem direção elétrica, travamento automático das portas acima de 6 km/h, regulagem de altura dos faróis, sensor de estacionamento traseiro, luzes de condução diurna em LED e monitoramento da pressão dos pneus.

    Manutenção barata e planos de assinatura

    Uma coisa que é bom ressaltar: carros elétricos puros, como o E-Tech, exigem pouquíssima manutenção. Ela se resume, basicamente, na troca de pastilhas e fluído de freios e palhetas do limpador e, eventualmente, dos amortecedores. Não há trocas de óleo e a ausência de vibrações colabora ainda mais para manter a carroceria livre de ruídos.

    O Renault Kwid E-Tech é oferecido por R$ 146.990,00. A Renault tem planos de assinatura, com várias opções de quilometragem anual e prazos entre 12 e 48 meses. A contratação pode ser feita 100% on-line no link www.renaultondemand.com.br.

    Publicado em 04/12/2022

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