Nada anda mais gasto do que o adjetivo “novo”. Talvez por isso, “nova fase” talvez defina melhor o que acontece com o Novo Novo Uno. O hatch compacto da marca ítalo-mineira passou por uma revisão geral, incluindo algumas mudanças no visual e a introdução de duas novidades: o sistema Stop/Start e a nova evolução do câmbio automatizado Dualogic.
Uma pena que as duas inovações técnicas tenham alcance restrito: a primeira só é oferecida na versão Evolution e o câmbio automatizado, que ganhou um inédito comando por botões posicionado no console, com trocas manuais possíveis apenas pelas borboletas no volante, está apenas no Uno Way. Interessado? Faça sua escolha: não é possível ter as duas juntas.
Uma importante ferramenta para aumentar a economia de combustível, o sistema Start/Stop desliga automaticamente o motor quando o carro para, como nos semáforos e engarrafamentos, dando a partida automaticamente assim que o motorista pisa novamente na embreagem. A eficiência do recurso é tanto maior quanto pior for o trânsito: em grandes cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais brasileiras cronicamente engarrafadas, a redução no consumo pode ficar por volta de vinte por cento. Ou seja, um tanque inteiro a cada cinco abastecimentos.
Vale a pena e a Fiat, que lança o Start/Stop pioneiramente no Brasil deveria expandir logo sua disponibilidade, assim como suas concorrentes.
O câmbio Dualogic continua em plena evolução, cada vez mais bem educado, sacudindo menos os ocupantes do carro nas trocas de marchas. Cassa muito bem com o motor 1.4 do Uno, que tem bom torque em baixas rotações. O novo sistema de comando, sem alavanca – segundo a Fiat, inspirado na Ferrari – é fácil de operar. Se o motorista quiser trocar as marchas pessoalmente, pode usar as borboletas detrás do volante. Uma pena que o console central não tenha sido muito modificado, talvez devido à alavanca do freio de mão. O carro ganharia em conforto sem ele. O preço do Dualogic, que é opcional, é R$ 2.700,00.
Mudanças fisionômicas
Apesar de várias, as alterações visuais do Uno 2015 não mudaram sua imagem característica. O carro traz novos faróis, lanternas, capô, grade superior, para-choques e para-lamas dianteiros. As lanternas têm elementos inspirados nos quadrados com cantos arredondados que caracterizam o estilo do carro, bastante interessantes. O mesmo acontece com as rodas de liga, que têm um estilo muito próprio.
A traseira mudou bastante e, na versão Sporting, traz para-choques com um difusor e escapamento central duplo que dá ao carro um ar esportivo muito além de sua discreta capacidade atlética. As lanternas traseiras, dominadas pelos quadrinhos, são destaque.
Interior
As mudanças internas incluem uma nova textura para o painel frontal e painéis das portas com as letras da palavra UNO, espalhadas aleatoriamente, bem miudinhas. As saídas de ar centrais agora são verticais e ficam dos lados do rádio. O quadro de instrumentos mudou bastante e traz um novo display de LCD de 3,5”, que pode mostrar em desde o nível de combustível e temperatura do motor, até informações para troca de marcha, mensagens da tecnologia Start&Stop, câmbio Dualogic, do rádio e da conexão Bluetooth.
Os comandos dos vidros elétricos (inclusive os traseiros) agora estão nos painéis das portas.
Sete versões
A gama completa do Uno começa pela versão de entrada, a Vivace, que nada mudou e é oferecida com duas ou quatro portas. Duas novas estão entrando, a Attractive 1.0 e a Evolution 1.4. Além delas há o Uno Way (1.0 e 1.4) e a versão topo de linha, Sporting 1.4. Todas com quatro portas e motorização flexível. A estas cinco somam-se as duas versões Uno Vivace 1.0 Flex (de duas e quatro portas), que mantêm a carroceria atual, mas também já são linha 2015.
Preços – básicos e reais
Vivace 2 portas – R$ 26.300
Vivace 4 portas – R$ 28.500
Attractive 1.0 – R$ 30.990
Way 1.0 – R$ 31.490
Way 1.4 – R$ 34.990
Evolution 1.4 – R$ 34.990
Sporting 1.4 – R$ 36.650
É importante notar que dificilmente o comprador irá levar o carro que deseja pelos preços sugeridos. O que acontece é que muitos dos sistemas e funções mais atraentes do carro – e até coisas básicas nas versões médias ou superiores, como ar-condicionado – são opcionais. O ar-condicionado custa R$ 3.000, o sensor de ré, R$ 525 e o conjunto de rádio e retrovisores com rebatimento automático, R$ 1.420. O pacote Control, que traz coisas simples, como alarme, chave canivete e vidros traseiros elétricos custa R$ 1.050. Em suma, para dotar o carro de confortos básicos, serão precisos pelo menos uns R$ 5.000 a mais.
Publicado em 04/09/2014
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