A primeira vez que se falou no lançamento do Yaris no Brasil foi em 1999, ano de sua estreia mundial. Eu o conheci fisicamente no Salão de Frankfurt daquele ano. As marcas japonesas são conhecidas por suas decisões demoradas, mas nesse caso, a Toyota se superou. Talvez seu gigantismo internacional a faça desconsiderar o potencial do mercado brasileiro, com seus altos e baixos sucessivos.
Seja como for, aqui está ele. O Yaris é um compacto da classe intermediária e, na versão hatch, deverá disputar compradores com o Fiat Argo e o Volkswagen Polo. O sedã, que leva o mesmo nome, brigará com o Virtus e o Cronos.
Competência, como esperado
No primeiro contato, o Yaris passou uma sensação comum aos produtos da Toyota: competência. O design com toques esportivos na traseira do hatch cria uma expectativa quanto ao desempenho que não se concretiza: o motor mais potente disponível, com 1,5 litro e aspirado, não tem músculos a exibir. Não que seja fraco, mas com 110 cv não vai além da eficiência básica, sem gerar emoções.
Também eficiente é o câmbio automático, uma transmissão de variação contínua que a Toyota espera vender em nada menos que 95% da linha Yaris. No uso normal, principalmente no movimento urbano, ele faz o carro andar agilmente. Para satisfazer quem gosta de uns tranquinhos, ele conta com sete “marchas virtuais”, um contrassenso ante o conceito das transmissões CVT, onde a troca contínua da relação de câmbio é a maior virtude. Sem ser um primor de agilidade, o câmbio reage bem às solicitações do pedal do acelerador, mesmo na estrada, onde nas ultrapassagens faz o motor girar mais ruidosamente.
Andamos com a versão mais requintada do Yaris, a XLS, cujo interior lembra muito o do Corolla. Aliás, a Toyota enfatizou muito sua intenção de caracterizar o novo modelo como “uma classe acima”, para diferencia-lo do irmão mais pobre, o Etios, notório por sua simplicidade franciscana. Os bancos são confortáveis e o andar é macio e silencioso. O painel de instrumentos é atraente, apesar do posicionamento do computador de bordo ser um tanto estranho. Como toque de requinte, o carro pode ter teto solar, algo que os competidores não oferecem.
Básico: 1.3 e manual
Apesar da fabricante afirmar que o Yaris não tem modelo de entrada, sua gama começa com o hatch com motor 1,3 litro e câmbio manual, que custa R$ 60 mil e vem com ar-condicionado, vidros e retrovisores elétricos, som com controle no volante e controle eletrônico de estabilidade. Um grande degrau a separa da XLS, que custa R$ 77.600 no caso do hatch. O sedã só é oferecido com câmbio automático e motor 1,5 litro e custa entre R$ 64 mil e R$ 80 mil.
Com o novo lançamento, a Toyota almeja ampliar sua presença no mercado brasileiro, até agora modesta em volume, embora firmemente consolidada em termos de imagem. Em nosso país, o Corolla, um carro de alto volume e considerado popular nos mercados mais importantes do mundo é visto como um veículo de luxo e gerador de status. Esse conceito poderá auxiliar muito nas vendas do Yaris, que chega com atraso, mas provavelmente será muito bem acolhido pelos fãs da marca japonesa.
Versões e preços
Toyota Yaris hatchback O peso da marca deverá ser importante nas vendas do Yaris. Ele enfrentará concorrentes de peso, como o Polo e o Argo
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XL 1.3L 16V manual
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R$ 59.590,00
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XL 1.3L 16V CVT
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R$ 65.590,00
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XL Plus Tech 1.5L 16V CVT
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R$ 69.590,00
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XS 1.5L 16V CVT
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R$ 74.590,00
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XLS 1.5L 16V CVT
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R$ 77.590,00
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Toyota Yaris sedã
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XL 1.5L 16V CVT
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R$ 68.690,00
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XL Plus Tech 1.5L 16V CVT
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R$ 73.990,00
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XS 1.5L 16V CVT
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R$ 76.990,00
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XLS 1.5L 16V CVT
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R$ 79.990,00
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Publicado em 15/06/2018
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