O inverno está no fim e está chegando a hora de curtir o sol e o calor. Para quem pode, chegou um carro feito sob medida para isso. O Mini Cabrio, versão descapotável da família Mini, chega ao Brasil com ares despojados na aparência e exclusivos no preço. Curtir o verão com cabelos ao vento num Mini custa R$ 165 mil.
Sol e vento não são as únicas atrações do modelo que, como todos os Minis, esbanja simpatia por onde passa. O Cabrio agrada muito ao dirigir, com acelerações e retomadas rápidas garantidas pelo motor 2.0 turbo, bem casado com o câmbio automático de seis marchas. Para quem quiser brincar, é possível trocar as marchas manualmente, pelas aletas junto ao volante.
O motorista pode optar por dois modos de comportamento, o normal e o esportivo. O segundo altera o momento das trocas das marchas, energiza o motor e firma mais a suspensão. O carro fica mais esperto, a direção mais direta e muito bom para desfrutar em estradas cheias de curvas. Para arrematar, o som do escapamento muda, fica um pouco mais alto, para permitir que se ouça o pipocar nas reduções.
O modo esportivo não é nada indicado para andar em ruas com calçamento ondulado, paralelepípedos, passar por lombadas e valetas. No modo normal, o Mini Cabrio, como bom carro europeu, já sofre um pouco com nossas vias sofríveis. Nessas situações, mesmo com a carroceria reforçada para reduzir a torção, dá para sentir os esforços indesejáveis sobre o carro.
A capota
Num conversível, a capota é uma peça fundamental. A do Mini é de tecido reforçado, com várias camadas e bem isolada, reduzindo o ruído e protegendo do frio ou calor excessivo. Para quem tem receio, é muito difícil que um ladrão consiga rasga-la com uma faca.
A cobertura pode ser aberta parcialmente, como se fosse um teto solar, ou totalmente, descobrindo o banco traseiro. A operação é elétrica, por um botão localizado acima do espelho retrovisor, e demora apenas 18 segundos e pode ser feita com o carro andando a até 30 km/h. A capota e seu mecanismo limitam o volume do porta-malas, principalmente quando o teto é aberto. O volume é limitado, 160 litros.
Se você viajar com a capota fechada, poderá levar parte da bagagem no banco traseiro. As acomodações atrás são muito apertadas, esqueça a ideia de passear com um casal de amigos. Para crianças, tudo bem, não falta nem mesmo o Isofix para prender cadeirinhas. Um detalhe: os apoios de cabeça traseiros escondem arcos de segurança que, em caso de capotagem iminente, são erguidos por um sistema semelhante ao do disparo dos airbags, complementando a proteção com a moldura reforçada do para-brisa, que funciona como santantônio.
Na estrada
No mais, é curtir. Não é difícil encontrar uma boa posição para guiar. Além do ajuste da altura do banco do motorista, a direção é regulável na altura e profundidade e o painel de instrumentos acompanha a inclinação do volante, garantindo sempre uma boa visibilidade. À altura dos olhos do condutor, uma tela transparente mostra a velocidade e outras funções, como instruções abreviadas do navegador.
No centro do painel, sobre o console, uma grande tela colorida concentra os comandos e informações do sistema informático. Botões foram substituídos por teclas nostálgicas, com destaque para a de partida do motor, vermelha, posicionada ao centro. O carro não precisa de chave nem para acesso nem para ligar.
Seguindo a tendência do mundo mais avançado, a economia é uma preocupação da Mini. Para ajudar na redução do consumo, o carro conta com sistema stop/start, que surpreende pela suavidade ao religar o motor ao sair dos sinais. Por isso, além dos modos normal e esportivo, ele conta também com o modo Green – verde – para condução econômica.
Com o preço que tem no Brasil, guiar economicamente não deve ser preocupação para os afortunados proprietários do Cabrio, mas mesmo entre os ricos há quem tenha consciência ambiental. A opção funciona muito bem no trânsito urbano, sem prejuízo do prazer de dirigir.
Nossa experiência com o carro começou e terminou nas ruas de Curitiba e passou por trechos de autoestradas e as deliciosas curvas na descida da Serra da Graciosa, no caminho até Morretes, no litoral. Parte da descida é calçada com paralelepípedos, o que não encoraja uma condução mais ousada, nem mesmo o uso do modo esportivo devido à vibração. Mesmo assim é divertido e o carro mostra sua personalidade.
Poucos opcionais
O Mini Cabrio chega ao Brasil em várias combinações de cores – a pintura em dois tons é uma das características da marca. O mesmo acontece com o acabamento interno, que opcionalmente pode ter bancos mais sofisticados forrados de couro cinza ou marrom, com design exclusivo. Outro opcional é a capota com o desenho da bandeira britânica em cinza.
Não espere ver o Cabrio nas ruas com frequência. A expectativa da Mini é vender menos de 200 exemplares por ano – até dezembro de 2016 serão apenas 75 unidades.
Publicado em 09/09/2016
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