Esqueça tudo o que você pensa sobre sedãs médios. Definitivamente, o Subaru WRX e seu irmão atleta, o WRX STI, não foram feitos para tiozões nem para serem usados por operadores do Uber. São carros para quem gosta de carro.
A diferença começa no estilo. Os dois carros têm forte personalidade, qualidade cultivada pela marca, que nunca se preocupou em torna-los um padrão de beleza. Esqueça a fluidez de linhas, harmonia de formas e falsa musculatura. O WRX tem um design funcional e acentuadamente masculino, com uma grande “boca” para tomada de ar sobre o capô. Dificilmente você o verá nas mãos de uma mãe de família, levando crianças para a escola ou no estacionamento do supermercado.
A versão “mansa” do carro, o WRX, conta com um encorpado motor turbo de quatro cilindros e dois litros com injeção direta, que atinge 270 cv a 5.600 rpm e tem torque máximo de 35,7 kgfm a 5.200 rpm. Tão característico como o estilo é a arquitetura do motor, um quatro cilindros horizontal, semelhante ao do Fusca original, mas refrigerado a água e posicionado na dianteira. A versão importada pelo Brasil traz câmbio automático de variação contínua – o sistema de transmissão teoricamente mais eficiente -, mas possibilita trocas entre oito marchas imaginárias através das borboletas posicionadas no volante.
Outro aspecto ortodoxo do WRX é a tração integral permanente, um dos pontos fortes da marca. Baseada fundamentalmente em componentes mecânicos, embora hoje não despreze a ajuda da eletrônica em seu gerenciamento, ela distribui com extrema eficiência a força do motor pelas quatro rodas, ajudando a manter o equilíbrio nas curvas, mesmo em situações próximas ao limite. No dia-a-dia, o sistema é louvado pelos usuários do norte dos Estados Unidos, Europa e Canadá por sua competência na neve. Para nós, ajuda bastante quando chove.
O WRX permite escolher entre três modos de condução, adaptando-se à disposição do condutor no momento e ao ambiente em que está sendo utilizado. Além da tração nas quatro rodas, o carro conta com vetoreamento de torque, um recurso eletrônico que, em curvas fechadas, freia ligeiramente as rodas internas, transferindo força para as de fora. Desta forma, o carro mantém a trajetória com facilidade ainda maior, sem que o motorista sequer perceba a intervenção do sistema.
O pacote brasileiro do WRX tem versão única de acabamento e inclui teto solar elétrico, faróis de xenônio, rodas com 18 polegadas de liga-leve, bancos em couro, ar-condicionado dual zone e detalhes de acabamento em carbono. A versão custa R$ 147.900, o que não é barato, mas vale pela emoção que competidores na mesma faixa de valor não oferecem.
Nosso contato prático com o WRX aconteceu na pista da Fazenda Capuava, no interior de São Paulo. O circuito com retas curtas e curvas de média e baixa velocidade parece ter sido feito para o carro, que se mostrou dócil aos comandos e preciso na manutenção da trajetória. Os bancos dianteiros esportivos proporcionam boa sustentação nas curvas e são confortáveis. Atrás, há um bom espaço para dois adultos – o lugar do meio não é muito convidativo.
O WRX STI: banzai!
Foi bom ter andado no WRX antes de experimentar o STI. A versão mais esportiva tem uma concepção perto do radical: é um carro esporte disfarçado de sedã. Isto tem vantagens: você desfruta do desempenho de um verdadeiro esportivo sem limitações de espaço, seja para passageiros, seja para bagagem.
O grande aerofólio traseiro é a marca registrada do WRX STI. Herança dos modelos de rali que ajudaram no seu desenvolvimento, ele chega a ser um tanto exagerado, mas como o restante do visual, é uma marca icônica de personalidade.
Sob o capô, o STI traz um vigoroso quatro cilindros de 2,5 litros, também horizontal, com 310 cv e 40 kgfm de torque, que leva o carro até 100 km/h em curtos 5,2 segundos. Purista na concepção, o modelo mais radical do WRX traz câmbio manual com seis marchas, para melhor desfrute do motorista. As relações são curtas e convidam a manter a rotação em regimes altos, empurrando o banco contra as costas. A velocidade máxima é, cautelosamente, limitada em 250 km/h. Poderia ser folgadamente maior.
O sistema de gerenciamento do trem de força “SI-DRIVE” oferece três opções – “Intelligent”, “Sport” e “Sport Sharp”. Um gráfico da curva de torque do modo de condução escolhido aparece na tela LCD no quadro de instrumentos. Seja qual for a opção, a transmissão integral trabalha com precisão de cronômetro suíço manipulando a tração através de nada menos que quatro diferenciais: dois no eixo dianteiro e traseiro, com deslizamento limitado, e dois centrais, um totalmente mecânico e outro, o DCCD, que permite que o motorista (ou, porque não, piloto), torne o carro mais propenso a sair de traseira, uma característica não desejada normalmente, mas que torna a condução muito mais divertida.
O STI também conta com vetoreamento de torque e tem a suspensão ajustada para suas características fogosas, mais firme que a do WRX normal. Os freios são italianos, da Brembo, com grandes discos ventilados, que seguram o carro com total eficiência quando solicitados.
O WRX STI tem preço sugerido de R$ 194.900.
Publicado em 13/08/2015
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