Entre as décadas de 1940 e 1960, a Força Aérea Brasileira possuiu uma frota de T6s, o que nada tem a ver com o utilitário lançado no país pela JAC. O T6 alado era um avião de treinamento, que chegou a ter versões usadas em combate durante a Segunda Guerra Mundial e outros conflitos posteriores. Prático e resistente, ele marcou uma época e chegou a ser produzido no Brasil, na cidade mineira de Lagoa Santa.
O JAC T6, essencialmente terrestre, é feito na China e não há planos para fabricá-lo no Brasil. Trata-se de um utilitário com proposta urbana e estradeira, sem pretensões a ser um fora-de-estrada como muitos irmãos de aparência e porte. E porte é o que não falta para o veículo, que mede 4,475 metros no comprimento, 1,84 m na largura e 1,67 m de altura. Esse tamanhão, combinado aos preços, que começam em R$ 69.990 - na disputada faixa dominada pelos utilitários compactos que inclui os veteranos Ford EcoSport e Renault Duster e os estreantes Honda HR-V, Jeep Renegade e Peugeot 2008 – pode ajudar a conquistar compradores que anseiam não só por mais imponência como por espaço para passageiros e bagagem.
Pelo tamanho, aliás, ele invade o território do velho Hyundai Tucson, Hyundai ix35, Kia Sportage, Honda CR-V e outros modelos graúdos. No contato que tivemos com o Jacão, num percurso cheio de curvas pela Estrada dos Romeiros, margeando o rio Tietê entre São Paulo e Itú, o T6 se mostrou obediente nas curvas e bastante confortável. Sem ser luxuoso, o interior vai um pouco além do espartano e não desagrada. A direção é eficiente e a suspensão filtra bem as eventuais irregularidades do asfalto.
É bom lembrar que o JAC T6 tem uma plataforma própria, não é uma variante “de dois andares” de algum carro de passeio. Ele é um legítimo sucessor do conceito de camionete familiar, ou station wagon, como preferem os metidos a sofisticados: leva até cinco pessoas e tem 610 litros de capacidade no porta-malas, que pode ser ampliado com o rebatimento do banco traseiro.
Por enquanto, não há opção de câmbio automático (uma versão com transmissão CVT chegará no ano que vem). O motor, um 2.0 16V VVT, com cabeçote de alumínio, alcança 160 cv a 6.000 rpm quando abastecido com álcool. O torque máximo, 20,6 kgfm se manifesta aos 3.000 giros e fica estável até 4.500 rpm. É o bastante para o gasto, mas exige um pouco de movimentação da alavanca do câmbio manual, que tem cinco marchas.
Os freios são a disco nas quatro rodas, de liga leve com 17 polegadas. A direção tem assistência elétrica. Na linha adotada pela JAC no Brasil desde sua chegada, o T6 vem com vidros, travas e retrovisores elétricos, travamento automático das portas a 15 km/h, sensor de estacionamento com câmera de ré (direcionável de acordo com o ângulo de esterçamento das rodas dianteiras) e volante multifunções com regulagem de altura.
Apliques cromados na grade e ao redor dos vidros, faróis com projetores e regulagem elétrica de altura, com acendimento automático são toques de design importantes. Na altura das saias laterais, uma faixa preta se expande no sentido da traseira, dando um ar mais esportivo ao modelo.
Um atributo importante é o sistema multimídia da Foxconn (opcional), com conexão HDMI e Bluetooth, leitor de MP3, entradas USB, SD Card e Auxiliar. Ele permite conectar, espelhar e operar todas as funções de alguns modelos de smartfones ou tabletes através da tela de toque no painel.
Versões e preços
JAC T6 – R$ 69.990
PACK 1 – Barras longitudinais no teto / retrovisores pintados na cor da carroceria / maçanetas cromadas / frisos laterais cromados / retrovisores externos com rebatimento elétrico – R$ 71.990
PACK 2 – Pacote 1 câmera de ré / kit multimídia com mirror link – R$ 75.670
Publicado em 20/04/2015
Claudio Larangeira -
