Versões aventureiras de modelos hatch são um segmento importante do mercado brasileiro. Nascidas inicialmente para satisfazer àqueles que não tinham condições de adquirir um utilitário esportivo de verdade, elas caíram no gosto do público por, em geral, oferecerem um visual diferente e alguns predicados úteis, como suspensão ligeiramente elevada e posição de dirigir mais alta – esse último, um item que agrada sobretudo as mulheres.
A Ford já contava com o Fiesta Trail e, agora, coloca o pequeno Ka na lista dos modelos com variantes aventureiras. A marca fez um bom trabalho: além do visual modificado – que se destaca pela sobriedade, sem exagerar nos detalhes rústicos – trabalhou com cuidado na suspensão.
Design
Do lado visual, o Ka Trail se identifica pelas faixas nas laterais e traseira, um rack decorativo (não operacional) no teto, molduras escuras nas caixas de rodas, faróis de neblina e apliques nos para-choques e lanternas traseiras fumê. Por dentro, os bancos têm forração em couro sintético e tecido, os pedais são de alumínio e os tapetes são especiais.
Como os outros Kas, a versão Trail vem de série com ar-condicionado, direção elétrica, travas elétricas, vidros elétricos dianteiros, abertura elétrica do porta-malas e direção com ajuste de altura. Tem também som MyConnection com comando de voz e Bluetooth, banco traseiro bipartido (60/40) e cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça para todos os ocupantes.
Mecânica
Há duas opções de motores: o 1.0 TiVCT Flex de três cilindros, com 85 cv, e o 1.5 Sigma Flex, de 110 cv. Os dois têm partida a frio Easy Start, que elimina o tanque auxiliar de gasolina. O câmbio é manual, com cinco marchas.
Para enfrentar o tempo todo lombadas, valetas, costeletas e buracos urbanos e, eventualmente, estradas de terra, a altura do solo foi aumentada em 31 mm e os pneus são Pirelli Scorpion ATR 185/65 R15, de uso misto. O carro ficou assim com 200 mm de altura livre do solo o que, segundo a fábrica, o enquadra como um legítimo SUV – há controvérsias.
São diferentes as molas e amortecedores dianteiros e traseiros, a barra estabilizadora dianteira é maior, o eixo traseiro mais rígido e os coxins do motor contam com amortecimento hidráulico, o que ajuda a reduzir as vibrações – importante no caso do motor três cilindros.
Rodando
O contato com o Ka Trail em sua apresentação à imprensa foi breve. Rodando com a versão 1.0, nos arredores e na cidade de Guarujá, não chegamos a experimentar o carro fora do asfalto – o máximo de exigência foram lombadas e trechos com asfalto irregular, ondulado.
O honesto motor de três cilindros não decepciona – embora, é claro, não entusiasme ninguém. Ele arranca com a agilidade necessária para rodar na cidade e as retomadas, se o câmbio for usado com inteligência, são satisfatórias. A transmissão é agradável, com trocas suaves.
O bom trabalho feito na suspensão se revela nas curvas: apesar de mais alto, o Ka Trail não inclina demasiado e transmite uma sensação de segurança ao motorista em trechos sinuosos.
Preços, versões e condições
O Ka Trail 1.0 custa R$ 47.690, cerca de R$ 4 mil a mais que a versão “civil” SE. Com o motor 1,5 litros, de quatro cilindros, o preço sobe para R$ 51.990.
Para promover o lançamento, a Ford oferece financiamento em 30 vezes com taxa zero, com uma pegadinha: entrada de 60%. Usando esse recurso, quem escolher o 1.5 pagará uma diferença adicional nas parcelas de apenas R$ 59,00.
O comprador pode optar por um pacote com preço fixo para três revisões anuais, num total de R$1.040. Por R$ 1.450, ele pode ser incluído no financiamento. Outras opções são o plano Advanced, com uma quarta revisão, aos 48 meses ou 40.000 km, por R$2.250, que adiciona um ano de garantia estendida, e o plano Premium, com cinco revisões, por R$2.650, com dois anos de garantia estendida.
Publicado em 05/04/2017
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