João Doria (PSDB), o governador de São Paulo, anunciou nesta quinta (21) que vai ajudar a buscar um comprador para a fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, até o fim do ano, como tentativa de manter os empregos na unidade - segundo o Sindicado dos Metalúrgicos do ABC, são cerca de 4,2 mil trabalhadores, mais quase 25 mil na cadeia produtiva.
Na terça passada (19), a montadora emitiu comunicado informando que até o final de 2019 vai encerrar as atividades fabris na planta paulista, que hoje fabrica caminhões da linha Cargo e também o compacto Fiesta - cuja produção não será transferida para outra fábrica da Ford. A companhia diz que a decisão partiu da matriz nos Estados Unidos por conta de alegados prejuízos nas operações da marca na América do Sul ao longo dos últimos anos.
O anúncio do governador aconteceu após reunião pela manhã no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, com Lyle Watters, CEO da Ford América do Sul; Rogélio Golfarb, vice-presidente da empresa; e Orlando Morando (PSDB), prefeito de São Bernardo.
Após a reunião, houve entrevista coletiva, da qual os executivos da companhia não participaram. Representantes do sindicato também ficaram fora do encontro, mas Doria informou que eles serão convidados para futuras reuniões com o governo do estado e demais partes envolvidas.
"Não foi feito o convite porque não era o momento de ter ainda o sindicato participando de reuniões, mas será. E o sindicato será convidado, sim, para ter uma conversa conjunta. Não só com o governo, mas com a Ford, mas no momento oportuno. Primeiro precisávamos ter o diagnóstico correto para saber em que campo a nossa conversa ocorreria, em que nível e em que perspectiva", disse o governador.
Também na quinta-feira, o sindicato anunciou que nos próximos dias vai se reunir com a direção global da Ford em Dearborn, Michigan, Estados Unidos, na tentativa de reverter a decisão de fechar a fábrica. Desde terça passada, os trabalhadores estão de braços cruzados e só voltam à planta na próxima terça (26), quando haverá uma assembleia às 6h em frente ao portão com os trabalhadores. No mesmo dia, à tarde, haverá outra reunião, dessa vez com representantes do Ministério Público do Trabalho de São Bernardo e o prefeito Morando para buscar alternativas para a manutenção dos empregos.
Publicado em 22/02/2019