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  • F-1: Canadá teve emoções e frustrações
  • Na vitória de Verstappen, o problema da Haas e a alegria da Williams
  • Por Wagner Gonzalez

    O GP do Canadá teve em Max Verstappen um vencedor nada surpreendente e na Red Bull mais uma equipe alcançando a marca de 100 vitórias na F-1. A partir daí, decepções e emoções após uma prova de classificação onde Nico Hulkenberg não conseguiu repetir na corrida a performance que lhe garantiu o quinto lugar no grid e Alex Albon conseguiu levar seu pouco competitivo Williams-Mercedes ao sétimo lugar na classificação final. No pódio completado pelos também campeões mundiais Fernando Alonso (segundo) e Lewis Hamilton (terceiro) registrou-se uma imagem icônica da atual era da categoria. Ao lado deles, Adrian Newey, um dos maiores projetistas da história da F-1.

    O desempenho da equipe Haas na atual temporada não chega a ser surpreendente: o time norte-americano alterna temporadas fracas com um ou outro ano de bons resultados. Em 2023 a equipe pontuou em apenas três das oito etapas já disputadas: Kevin Magnussen foi décimo nos GPs do Bahrein e da Arábia Saudita e Nico Hulkenberg foi sexto na Austrália. A prova de classificação do GP do Canadá viu Nico Hulkenberg marcar o terceiro melhor tempo no Q3 – a terceira parte dessa atividade e onde são definidos os 10 melhores do grid de largada. A falha de Hulkenberg em reduzir a velocidade durante uma intervenção do Safety Car virtual, porém, o relegou a alinhar em quinto lugar.

    O que prometia ser um ano de muitos anos estacionou em oito pontos e revelou o problema identificado por Gunther Steiner, o “team principal”, ou seja, o responsável pela escuderia: “Está bastante claro que o resultado do Canadá é muito frustrante. Creio que sabemos onde olhar: nosso problema é que, assim que nossos carros começam a enfrentar tráfego e andar junto de outros os pneus se degradam em alta intensidade, não conseguimos recuperar o melhor desempenho desse equipamento e perdemos posições. Precisamos pensar coletivamente para encontrar uma solução e parar de se esconder atrás de bons resultados nas provas de classificação.”

    A bela atuação de Alex Albon foi, sem dúvida, o grande destaque da corrida canadense. Graças a uma ampla atualização do chassi FW45 com foco no fluxo de ar ao longo do monoposto permitiu melhorar a aerodinâmica com resultados igualmente positivos de estabilidade e equilíbrio. A mudança principal está no assoalho do carro, algo que não foi mostrado por razões óbvias.

    Na parte visível da carroceria foram notadas as modificações em torno do espelho retrovisor, o desenho da carenagem lateral e saídas de ar quente na linha central do capô do motor. De acordo com James Vowles, o “team principal” da casa, ex-Mercedes, o resultado é reflexo de trabalho em equipe:

    “Apresentar essas modificações em Montreal reflete o. empenho e a dedicação de toda a equipe, que conseguiu desenvolver e construir essas peças em tempo recorde.”

    A vitória de Max Verstappen colocou o holandês em pé de igualdade com Ayrton Senna em número de vitórias

    O pacote de alterações foi instalado apenas no carro de Alex Albon, mas Vowles admitiu que para a próxima corroída deverá estar disponível também para o norte-americano Logan Sargeant, o que permitirá melhorar os resultados da equipe”. A se confirmar tal previsão estariam ameaçadas além da AlphaTauri, que tem apenas dois pontos no atual campeonato, Haas e Sauber Alfa Romeo. Estas duas somam 8 e 9 pontos respectivamente, e poderão ser ultrapassadas pela Williams, que já soma 7 e deu mostras que poderá abandonar a condição de lanterninha entre os construtores, fato corriqueiro nos últimos anos.

    A vitória de Max Verstappen colocou o holandês em pé de igualdade com Ayrton Senna no que diz respeito ao número de vitórias na F-1 e, por tabela, iluminou as dificuldades que envolvem comparações entre pilotos de eras distintas. Ao longo do ano a categoria teve uma evolução crescente no número de GPs por temporada e que não considera as fases vitoriosas de uma equipe ou de um piloto.

    Juan Manuel Fangio conquistou cinco títulos pilotando carros de marcas diferentes: em 1951 ao volante de um Alfa Romeo, em 1954 pilotando Maserati nos GPs da Argentina e da Bélgica, e Mercedes na França, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Itália e Espanha. No ano seguinte correu apenas com Mercedes, em 1956 pela Ferrari (então usando carros da Lancia), e em 1957 com a icônica Maserati 250F. Emerson Fittipaldi foi bicampeão com Lotus (1972 e McLaren (1974, Nelson Piquet foi tri pela Brabham (1981 e 1983) e pela Williams (1987) e Ayrton Senna conquistou seus três títulos pela McLaren em 1988, 1990 e 1991.

    Julgar a habilidade de cada um deles a partir desses dados é leviano, da mesma forma que apontar que os quatro títulos de Sebastian Vettel e as vitórias de Max Verstappen são decorrentes da superioridade da Red Bull em diferentes épocas, também o é. Mas para os amantes de números frios e calculistas isso sempre será motivo de bons motivos para se falar de uma categoria que vive uma de suas fases mais populares, com temporadas de 23 etapas, um número quatro vezes maior que as seis etapas de 1950, descontada a excrecência de considerar as 500 Milhas de Indianapolis como válida para o Campeonato Mundial, algo que aconteceu até 1960.

    O resultado completo do GP do Canadávocê encontra aqui.

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    Publicado em 20/06/2023


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