Uma matéria publicada esta semana pela revista alemã Manager Magazin agitou o mercado automotivo, ao levantar a hipótese da Volkswagen assumir o controle de parte ou toda a Fiat (hoje Fiat Chrysler).
A notícia foi negada em comunicados distribuídos em seguida pelas duas empresas. A Fiat declarou que “não manteve conversações com a Volkswagen relacionadas a uma possível fusão”, enquanto a Volkswagen afirmou não ter projetos relativos a fusões ou aquisições em sua agenda.
O grupo alemão tem vários ambiciosos programas de expansão em andamento e, esta semana, anunciou uma agressiva ação global de corte de custos.
De qualquer forma, a notícia provocou grande agitação nas bolsas de valores, com as ações da Fiat subindo até 5 por cento, antes dos preços recuarem no final da quinta-feira, ainda 2 por cento acima dos valores da véspera. Os papéis da Volkswagen, porém, mantiveram-se em baixa durante todo o dia.
Segundo a notícia sobre a possível fusão, a Volkswagen teria comprado ações da Fiat negociadas no mercado e assumido o controle do grupo de investimentos italiano Exor SpA, que é propriedade da família Agneli, há muito tempo controladora da Fiat. A Exor possui atualmente 30% do capital da Fiat. A matéria especula que, como parte do acordo de venda, a Exor continuaria dona da Ferrari, que se separaria do grupo Fiat.
Os boatos são alimentados pela meta estabelecida pela Volkswagen de tornar-se a maior fabricante de carros do mundo até 2018. No primeiro semestre deste ano, a Volkswagen vendeu cerca de cinco milhões de veículos, número pouco superior ao da General Motors e pouco abaixo dos 5,2 milhões alcançados pela Toyota. A aquisição da Fiat Chrysler concretizaria o objetivo imediatamente.
Outro elemento a alimentar a história é uma antiga manifestação do CEO da Volkswagen, Manfred Winterkorn, sobre uma possível aquisição da Alfa Romeo, marca do grupo Fiat – descartada em nota do grupo italiano, que vem investindo numa ressurreição da marca esportiva, inclusive com seu relançamento no mercado norte-americano.
Uma possível união da Volkswagen com a Fiat resultaria, imediatamente, em ações antitrust em vários mercados. No Brasil, por exemplo, a associação passaria a ter uma participação de quase 50 por cento no mercado, esmagando as concorrentes, o que dificilmente seria aceito pelas autoridades econômicas.
Publicado em 17/07/2014