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  • Por Claudio Larangeira

    Ou quando a realidade imita a arte. Um grupo de amigos, do qual tenho orgulho de fazer parte, resolvemos dar um presente ao amigo jornalista Douglas Mendonça, editor da Revista Motor Show, que devido a um problema de diabetes e complicações, está com somente 5% da visão. Douglas ainda escreve, com a ajuda da esposa e do filho, mas sempre comenta que o que mais sente falta, é não poder dirigir. Tudo começou com um almoço com Eduardo Pinciguer comentando ter visto novamente o filme Perfume de Mulher, onde um militar americano, que ficou cego, dirige uma Ferrari no centro de Nova York. Edu perguntou se não poderíamos fazer igual com o nosso grande amigo. Argumentei que o exemplo era um filme, onde o ator enxergava, o ambiente estava controlado, etc, mas quem poderia dar uma palavra final seria o Roberto Manzini, do Centro de Pilotagem. Conversei com o Manzini, a esposa e José Elias, piloto e instrutor da escola, que acharam a ideia emocionante e viável. Agora era aguardar uma data em Interlagos e realizar o sonho do Douglas. Marcado o dia, era preciso uma boa desculpa para fazê-lo ir até a pista. Inventamos que uma pessoa ia experimentar um Porsche 917 restaurado e convidou alguns jornalistas para assistir. Até entrarmos na pista, com o Douglas bastante desconfiado, pois muitos dos seus amigos estavam lá, não sabia de nada. Estranhou o barulho quando ligaram um Fiat Palio de corrida, foi informado que teria que usar capacete e macacão e em seguida foi colocado no banco do passageiro. Deu algumas voltas com o Manzini orientando os pontos principais da pista. Quando parou, ele emocionado, disse que estava maravilhado com o barulho, a velocidade e estar novamente no autódromo, onde correu muitas vezes. Seu espanto foi total quando foi informado que iria dirigir novamente. Hesitou por uns instantes, mas sob a insistência de todos, sentou no banco do piloto. Muito bem orientado pelo Manzini, com as trocas de marchas, pontos de freadas, direção na pista, etc, deu a primeira volta e passou na frente dos boxes a uns 50km/h. Mais duas volta e conseguiu 150 km/h na reta. Quando desceu do carro, todos estávamos chorando, inclusive ele. Foi muito emocionante. Pesquisamos e não achamos nada parecido, no mundo todo. Parece que a Ford uma vez fez, um piloto que ficou cego, andar num lago de sal, mas não num autódromo. Mas o Douglas no final ainda perguntou: Cadê a porra do Porsche? Tenho muito orgulho de ter como amigos, Douglas Mendonça, Silvana Mendonça, Eduardo Pincigher, Ricardo Dilsen, Roberto Manzini, Adriana, Zé Elias, Ricardo Caruso, Paula Caruso, Eduardo Bernasconi, Denivan Vargas, André Mendonça, Josias Silveira, Alvino, Sandra Hadich e outros que compareceram no autódromo naquela manhã de domingo.

    Publicado em 23/11/2016

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