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  • A Magneti Marelli Cofap promove recall de peças críticas igual ao realizado em janeiro por sua concorrente SKF
  • Por Jorge Meditsch

    A Magneti Marelli Cofap, fabricante de peças para o mercado de reposição e também fornecedora das principais fabricantes de automóveis brasileiras, está promovendo o recall de articulações axiais (barras de direção) utilizadas em centenas de modelos de dezenas de marcas diferentes.

    A convocação ocorre menos de um mês após operação semelhante promovida por outra marca de autopeças, a SKF, envolvendo exatamente as mesmas peças.

    Apesar de envolverem os mesmos componentes, há uma diferença básica entre os recalls da SKF e da Magneti Marelli. A SKF ofereceu aos consumidores uma revisão gratuita para verificar a necessidade de troca das peças, mesmo quando não houvesse certeza da marca das peças substituídas, enquanto a Magneti Marelli deixa a cargo do público identificar sua marca e os códigos incluídos na relação de peças defeituosas.

    As articulações axiais são peças fundamentais do sistema de direção dos automóveis. Mais conhecidas como barras de direção, elas fazem a ligação entre a caixa da direção e as rodas, transmitindo os comandos executados pelo motorista ao volante.

    Marcas tradicionais podem estar importando peças de fornecedores "genéricos" internacionais para vender no Brasil. Os mesmos componentes também podem estar sendo vendidos por importadores independentes

    Alto risco

    Por serem componentes críticos, todas as peças do sistema de direção são testadas exaustivamente pelas fábricas de carros antes de aprovadas para uso original ou para reposição. As peças vendidas no mercado de reposição, porém, em princípio são testadas apenas por seus fabricantes.

    Marcas tradicionais, como a Magneti Marelli e a SKF são consideradas confiáveis pela maioria dos mecânicos e, por isso, seus produtos podem custar mais caro que os “genéricos”, de procedência menos conhecida.

    Segundo a Magneti Marelli e a SKF, o componente pode se romper durante manobras, criando risco de acidentes com graves consequências.

    A coincidência entre dois recalls convocados por marcas supostamente concorrentes leva à suspeita de que ambas estejam terceirizando sua fabricação ou importando os componentes de fornecedores internacionais – possivelmente fabricantes chineses, que tem preços imbatíveis.

    Insegurança no ar

    A decisão de importar peças prontas ou fabricar no país as peças que levam sua marca é um problema comercial das empresas envolvidas. O grave neste episódio é duas marcas tradicionais, ambas multinacionais, chancelarem componentes críticos para a segurança de seus clientes com problemas de qualidade inadmissíveis.

    E a preocupação que paira no ar é se isto não pode estar se repetindo com outros sistemas de igual importância: freios e suspensão, por exemplo. Além disso, empresas que importam diretamente componentes “genéricos” podem estar distribuindo no mercado as mesmas peças com problemas sem que esses sejam detectados.

    Publicado em 12/02/2014


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