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  • Roda livre: como a Porsche chegou ao Brasil
  • A Porsche está comemorando 70 anos. Seus primeiros carros chegaram ao Brasil por volta de 1950, causando espanto e logo conquistando fãs
  • Por Jorge Meditsch

    Porsche: 70 anos no mundo

    Como a marca chegou ao Brasil

    No último final de semana, a Porsche iniciou em todo o mundo as comemorações de seus 70 anos. No Brasil, houve festas nas concessionárias da marca e uma exposição especial na Oca, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.

    A Porsche tem uma rica história no mundo. No Brasil, seus carros chegaram logo no início da produção. As narrativas sobre o primeiro Porsche em terras brasileiras tem tons de lenda. Ele teria sido um 356 conversível, da primeira série, ainda fabricada na Áustria. O carro, que chamava a atenção de todos por onde passava, era verde-pérola, com acabamento fosco. E quem o guiava, por São Paulo e por Guarujá, em 1949, seria uma baronesa austríaca.

    O pioneiro 356 e sua dona desapareceram no início dos anos 50, sem que se saiba seu destino ou mesmo o nome da nobre proprietária. Há até quem duvide de sua existência. Quem contava sobre esse primeiro Porsche em terras brasileiras, com muita convicção, era o engenheiro Jorge Lettry, um dos personagens mais importantes dos primeiros anos da história da marca em nosso país. E, da memória de Lettry, poucos costumavam duvidar.

    Dois cabriolés

    Certo e documentado é que, em 1951, surgiriam outros dois 356, nas ruas de São Paulo. Estes, oficialmente importados. Quem os trouxe foi o alemão Wilhelm Schutzwenk que, àquela época estava introduzindo no Brasil os primeiros Volks­wagens e mais adiante, seria presidente da Volkswagen do Brasil.

    Schutzwenk importou dois conversíveis, ambos com motor de 1100 cm3. Um deles, vermelho, foi vendido pelo próprio importador ao empresário Eduardo Cané Filho. Cané, que mais tarde se tornou um dos mais importantes fabricantes de barcos do país (Estaleiro Magnum), conta ter se apaixonado pelas linhas do carro e que ficou muito satisfeito com a aquisição. "Era um carro bom de guiar e de viajar, apesar desse primeiro que eu tive não ser muito potente", lembra ele, que mais tarde viria a comprar outro 356 Cabriolet, azul-marinho, já equipado com motor de 1.500 cm3.

    Ainda em 1951, o primeiro 356 Coupé (fechado) foi importado por José Thompson, da Brasmotor, empresa que estava montando os primeiros Volkswagens trazidos na forma de kits da Alemanha, além de veículos da marca Dodge.

    É possível que exemplares isolados tenham sido importados por pessoas físicas por essa época. Mas a primeira importação feita diretamente da Porsche, com fins comerciais, ocorreu entre 1951 e 52, quando a Brasmotor trouxe para o Brasil dez exemplares do 356, já com o para-brisa sem divisão, todos com motores 1.300 cm3.

    Pioneiros

    Um dos primeiros vendidos foi adquirido pelo empresário Osvaldo Fanucchi, proprietário de uma empresa de importação de alimentos e dos Moinhos Fanucchi. "Eu vi o carro, gostei, andei um pouco e comprei. Naquele tempo, o Porsche tinha um motor um pouco melhor que o do Volkswagen e a carroceria diferente. O chassi, praticamente, era a mesma coisa, tudo igual", lembrou o empresário em entrevista dada por volta do ano 2002.

    Com esse 356 cinza-prata, Fanucchi foi o primeiro piloto a usar um Porsche em pistas brasileiras. Na realidade, ele usava o carro tanto no dia-a-dia, como para competir, o que era bastante comum na época, quando o automobilismo brasileiro era um esporte amador. Fanucchi correu por pouco tempo e, depois de ter abandonado as pistas, ainda rodou por vários anos com seu 356.

    Dentro de duas décadas, a profissão de caminhoneiro poderá estar em vias de extinção. Caminhões autônomos podem chegar antes mesmo dos carros de passeio automatizados

    Outros nomes aparecem como proprietários dos primeiros 356 no Brasil. Entre os primeiros donos de Porsches figura o piloto Christian "Bino" Heinz, que já havia corrido com carros da marca na Alemanha, onde passou alguns anos estudando. Heinz tinha um cupê azul escuro, com o qual também competia.

    Mais sobre os primeiros anos da Porsche no Brasil na próxima coluna

    Greve e autonomia

    Fala-se muito sobre carros autônomos, mas o desenvolvimento de caminhões autopilotados está até mais adiantado do que o de veículos de passageiros. Até mesmo porque, nas estradas, o trânsito é menos complexo que nas ruas.

    Já há modelos desse tipo rodando nas estradas da Europa. Entre as experiências, há comboios em que apenas o primeiro caminhão tem condutor: os outros o seguem automaticamente, sem que os demais motoristas precisem entrar em ação – eles só assumem na hora de deixar a rodovia principal para chegar ao destino final. Em alguns casos, nem mesmo o motorista do primeiro caminhão precisa intervir na maior parte do tempo.

    É difícil adivinhar, mas é possível que, em cerca de 20 anos, a profissão de motorista “estradeiro” esteja em seus dias finais. É certo que haverá resistência – no Brasil não há autosserviço nos postos de gasolina por pressão dos sindicatos. Mas em outros setores, nos bancos, por exemplo, os caixas foram quase todos substituídos por máquinas. Os grandes supermercados também estão implantando sistemas que eliminam funcionários nas caixas. Máquinas não fazem greves.

    Publicado em 12/06/2018


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