Home > Colunas > Coluna de Wagner Gonzalez > F-1 estilo Primavera-Verão
  • Coluna de Wagner Gonzalez
  • F-1 estilo Primavera-Verão
  • GP da Espanha é palco de lançamento de versões mais ousadas
  • Por Wagner Gonzalez

    Palco de muitos testes de pré-temporada e, por isso mesmo, pista por demais conhecida pela categoria, o Circuito da Catalunha marca o lançamento da primeira leva de atualizações programada pelas equipes que disputam o Campeonato Mundial de F-1. Quando o velho continente vivendo a primavera de maneira mais intensa, os times já adquiriram conhecimento suficiente dos pontos fortes e fracos dos seus carros de 2022 e apresentar alterações e aumentar o desempenho dos seus monopostos. Duas características despontam como alvo de pesquisas: o efeito golfinho – o sobe e desce dos carros nas retas -, e o excesso de peso da maioria dos carros.

    O peso mínimo atual de um F-1 é de 798 kg, número que inclui carro equipado com pneus slick e o piloto vestindo toda sua indumentária de competição. Interessante notar que a FIA considera que nenhum condutor pode pesar menos de 80 kg nessas condições. Como muitos pilotos pesam menos do que isso ao entrar em seus carros, a diferença de peso é anulada com o uso de lastros fixados no chassi em pontos pré-determinados. Tempos atrás a fixação de lastros era permitida em qualquer ponto do chassi, o que colaborava para equalizar a distribuição de massas. Quando o tanque está preenchido com 110 kg de combustível esse valor sobe para 908 kg, número que não é necessariamente praticado em todas as pistas. Quanto menos freadas e acelerações ocorrem em uma volta, menor é o consumo e, consequentemente, o carro pode iniciar o GP mais leve.

    Na luta para chegar ao peso mínimo atual algumas equipes apelam para soluções extremas: a Ferrari deve aparecer em Barcelona com seus carros pintados em um novo tom de vermelho. A mudança do pigmento de cor pode render uma economia de 700 gramas! A Williams ensaiou uma mudança ainda mais radical: seus engenheiros propuseram eliminar totalmente a pintura dos FW 44. O departamento de marketing do time vetou a alteração alegando que isso eliminaria a identidade da equipe. Por isso, partes do chassi ainda recebem uma fina camada de azul escuro. Trata-se da mesma cor usada por Mauricio Gugelmin na F-3, em 1985. Quando a equipe West Surrey recebeu o Ralt RT30 VW para a temporada inglesa, o neozelandês Dick Benetts descobriu que trocando o vermelho característico de todos os carros do brasileiro até então, pela cor azul escuro o peso total do carro diminuiria sensivelmente. Maior novidade da Williams para este final de semana é a participação do holandês Nick de Vries na primeira sessão de treino livre. Piloto reserva da Mercedes, onde é cotado como provável substituto de Lewis Hamilton, ele vai substituir o anglo-tailandês Alex Albon.

    De Vries também vê seu nome como possível substituto do canadense Nicolas Latifi na própria Williams, opção que ficará mais forte caso o time de Grove encontre um patrocinador que substitua o investimento da Sofina (empresa do pai de Latifi) na equipe.

    Equipe que dominou a F-1 por quase uma década até 2021, a Mercedes este ano é a principal prejudicada pelo efeito golfinho, fenômeno que ocorre quando o assoalho do carro é pressionado o suficiente para raspar no asfalto, situação que anula toda a carga de pressão aerodinâmica que gera aderência e estabilidade. Toto Wolff, que considera o GP da Espanha é uma boa ocasião para averiguar o quanto o carro melhorou desde a pré-temporada:

    “Como fizemos os testes de inverno em Barcelona, ainda com um carro que evoluiu muito desde então, essa pista é ideal para comparar os dados adquiridos então com os dados adquiridos com o carro atual. Estamos confiantes que daremos mais um passo adiante.”

    Na Aston Martin, equipe que é ligada à Mercedes, os problemas são mais abrangentes: o AMR22 tem um desempenho bastante irregular, situação agravada pela fase que Sebastian Vettel atravessa. O tetracampeão mundial (2010/11/12/13) dá indícios de ter perdido a motivação e ver Lance Stroll, seu companheiro de equipe, andar mais rápido do que ele não é algo para aceitar sem reservas.

    Em situação oposta está Valtteri Bottas, que catalisa e amplifica o progresso que a Alfa Romeo-Sauber demonstra nesta temporada. Após cinco temporadas como fiel escudeiro de Lewis Hamilton, o finlandês assumiu a posição de primeiro piloto e já demonstrou que o seu novo CEP na F-1 trouxe benefícios para ele e para a equipe:

    “Na minha primeira experiência no simulador da Alfa Romeo eu pude sentir que havia uma distância significativa com o equipamento da Mercedes. Afinal a Mercedes começou há muito mais tempo e nossa equipe mais recentemente. Portanto tínhamos um terreno a recuperar. Desde então a gene já melhorou muito e o simulador tem se provado uma ferramenta importante para nosso progresso.”

    A cada GP um piloto reserva da equipe fica na base de Hinwill, cidade próxima a Zurique (Suíça) e faz experimentações com regulagens que o time não tem tempo de avaliar na pista. Essa comparação auxilia a encontrar o melhor set up do carro. Atualmente Bottas está em oitavo no Campeonato Mundial e em várias provas andou e chegou à frente de seu ex-companheiro de equipe oito vezes campeão mundial.

    Siga-nos no Instagram

    Publicado em 17/05/2022


    Copyright © 2014 - Autoestrada.com.br - todos os direitos reservados