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Em meio a uma pandemia que altera valores, hábitos e estruturas sociais, e tantas outras coisas, o mercado de pilotos da F-1 acaba de ser contaminado por uma reviravolta. Quando esta terça-feira, 12 de maio de 2020, iniciava no fuso horário europeu as mídias alemãs Auto Motor und Sport e Bild estamparam que o tetracampeão mundial Sebastian Vettel não renovará seu atual contrato com a Ferrari, acordo que vale até o final deste ano. O coquetel composto por doses de salário alto, o protagonismo crescente de Charles Leclerc e sem notas de título mundial harmoniza com o cardápio de vacas magras que o mundo começa a desfrutar. O australiano Daniel Ricciardo e o espanhol Carlos Sainz Jr. são apontados como possíveis substitutos; ostifosinão perderam tempo em lembrar que o atual contrato de Lewis Hamilton com a equipe Mercedes também termina em dezembro. Os de perfil mais ousado nessa legião de torcedores fanáticos da Scuderia apostam em quebrar a banca e cogitar a mudança de Hamilton e Toto Wolff, líder do time alemão, para Maranello.
Ainda se desconhece o futuro CEP de Sebastian Vettel no mapa da F-1: substituir, ou ser parceiro de Lewis Hamilton na Mercedes é um palpite ousado, ao contrário de uma transferência para a McLaren, que volta e meia é apontada como herdeira da marca alemã, cuja permanência na categoria volta e meia é colocada em cheque. De fato, a equipe inglesa voltará a usar o motor alemão a partir do ano que vem e tem amplas condições de se tornar o melhor cliente da marca ante as rivais Racing Point (futura Aston Martin) e Williams. Daniel Ricciardo, atualmente na Renault, e Carlos Sainz Jr, piloto da McLaren, são nomes apontados como prováveis futuros companheiros de Charles Leclerc, que tem contrato assinado com a Ferrari até 2024. A partida de Vettel, quando confirmada, causará grandes alterações na formação das equipes para 2021 e adiante.
O rompimento da relação entre piloto e equipe acontece em uma época onde as dez equipes inscritas no campeonato discutem a renovação do Acordo de Concórdia, documento que determina direitos e deveres entre construtores e a Formula One Management (FOM), braço da Liberty Media que explora os direitos comerciais da F-1. Historicamente a Ferrari sempre foi privilegiada na divisão dos lucros e prêmios distribuídos a cada temporada, situação criada por Bernie Ecclestone para conter os arroubos políticos que emanam de Maranello em bases mais frequentes do que seria agradável. Exemplo recente disso é a postura da Scuderia em rejeitar as limitações de gastos anuais que Ross Brawn, diretor técnico da FOM, quer implementar e já é praticamente unanimidade entre as outras nove escuderias.
Usar um drone para entender esse quadro e o futuro da F-1 pode destacar um fato paralelo e com repercussão intrigante no automobilismo mundial. Nos últimos dias o nome de Luca Di Montezemolo passou a ser mencionado como futuro presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA). Tal como Jean Todt, atual mandatário da entidade, Montezemolo tem laços forte com a Ferrari e a família Agnelli; apesar de ter sua influência bastante reduzida quando Sergio Marchionne o substituiu na direção executiva da marca italiana, Montezemolo soube preservar seu nome no universo da F-1. O que justifica o destaque à notícia é que o termo atual de Todt termina em dezembro...de 2021.
Publicado em 13/05/2020