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  • Fiat mostra parte de seu acervo histórico no Brazil Classics Fiat Show 2014
  • Durante o evento que reune automóveis clássicos na cidade mineira de Araxá, a Fiat mostrou alguns de seus modelos que farão parte de seu futuro museu
  • Por Gabriel Marazzi

    Futuro Museu Fiat

    Com a intenção de preservar a sua memória no Brasil, a Fiat, que se instalou no país há quase 40 anos, está preparando um acervo que reúne os mais importantes modelos da produção nacional. A coleção já conta com mais de 20 automóveis, aos quais se juntarão outros ainda a serem adquiridos.

    Patrocinadora do Brazil Classics Fiat Show 2014, exposição de automóveis clássicos realizada bianualmente em Araxá, MG, a Fiat, nesta última edição do evento, mostrou ao público alguns desses modelos, já restaurados e prontos para figurarem no futuro museu.

    É claro que o mais importante deles, e o primeiro a ser mostrado, é o Fiat 147, que foi lançado no Brasil em 1976. Mas outros modelos importantes também estavam expostos em Araxá, como o Oggi CSS, de 1984, o Uno Turbo, de 1994, e o Tipo, de 1995.

    Fiat 147 (1976-1987)

    O Fiat 127, último projeto de Dante Giacosa, criador do Topolino, foi lançado na Itália em 1971 e deu origem ao Fiat 147, o primeiro automóvel brasileiro da marca, em 1976. Com motor transversal, o menor carro nacional da época podia dedicar 80% de seu comprimento ao espaço para passageiros e bagagens, o melhor aproveitamento da categoria.

    O Fiat 147 também foi o primeiro automóvel nacional a ter coluna de direção retrátil, que reduz o risco de lesões ao motorista em caso de acidente, e a trazer o estepe dentro do compartimento do motor. Outro pioneirismo foi no uso de para-brisa de vidro laminado em seu segmento e o primeiro carro do mundo movido a álcool.

    A primeira versão do Fiat 147 tinha motor de quatro cilindros de 1.050 cm³ com comando de válvulas no cabeçote e potência de apenas 55 cv, mas que tinha bom desempenho devido ao pouco peso do carro, 800 kg. Ao longo do tempo o Fiat 147 ganhou novas versões, como o motor de 1.300 cm³. Com o lançamento do Uno, em 1984, ele conviveu com seu sucessor por mais três anos. Foram produzidas 709.230 unidades até 1987. A produção, porém, continuou na Argentina até 1990.

    Fiat Uno (1984-2013)

    Oito anos depois do 147, a Fiat lançava no Brasil o Uno, um conceito mundial de automóvel. Desenhado por Giorgetto Giugiaro, o Uno foi lançado em 1983 na Itália e logo depois chegou sua versão adaptada aos usos e costumes tropicais, como a suspensão traseira com feixe de molas transversal e o estepe dentro do cofre do motor. Criou-se assim um porta-malas maior, outra vantagem do Uno brasileiro.

    No restante da mecânica o Uno era como o 147, com motores de 1.050 cm³ a gasolina e 1.300 cm³ a álcool e gasolina, bem como os câmbios de quatro e cinco marchas. As versões iniciais eram a S (Super) de entrada, a mais luxuosa CS (Confort Super) e a esportiva SX (Sport Experimental), em que o motor 1.300 contava com carburador de corpo duplo para maior potência.

    No interior havia soluções inteligentes, como o painel “satélite”, os quais permitiam que as funções de iluminação e limpador de para-brisa fossem operadas com as mãos do volante.Até 2013 foram produzidas em torno de 13 milhões de unidades do Uno em todo mundo, das quais quase 4 milhões somente no Brasil. O exemplar exposto em Araxá é o último Uno produzido no mundo, na versão comemorativa Grazzie Mille

    Fiat Oggi CSS (1984-1985)

    Para poder participar com o Fiat Oggi, que era a versão sedã do 147, no Campeonato Brasileiro de Marcas e Pilotos, a Fiat precisou produzir uma versão esportiva do modelo para poder homologá-lo para o campeonato. Assim surgiu, em 1984, o Oggi CSS, ou Confort Super Special. O motor de 1.300 cm³ teve a cilindrada aumentada para 1.415 cm³, que era o limite para boa durabilidade em veículos de rua. Nas pistas, no entanto, esse motor chegava aos 1.490 cm³, tinha cabeçote especial e maior taxa de compressão, resultando na potência de 78 cv e no torque de 11,4 kgf.m com gasolina. A caixa de câmbio tinha relações de marchas mais curtas, para ampliar a performance nas acelerações e retomadas de velocidade. O carro vendido ao público tinha ainda rodas de alumínio com pneus mais largos, faróis auxiliares no para-choque, defletores dianteiro e na parte final do teto e aerofólio sobre a tampa do porta-malas formavam a decoração externa. O interior ganhava um tom esportivo com painel completo, volante de quatro raios, bancos em estilo concha revestidos em veludo e cintos de segurança vermelhos.

    Fiat Tempra (1991-1998)

    Com o lançamento do Tempra, em 1991, a Fiat entrou no segmento dos carros médios. O modelo havia sido lançado um ano antes na Europa. O Fiat Tempra tinha como detalhes inovadores como as portas avançadas sobre o teto, o capô que ocultava em parte os limpadores de para-brisa, os vidros próximos à carroceria e retrovisores com a fixação vazada.

    O motor do Tempra era um 2,0 litros com duplo comando de válvulas e carburador de duplo corpo, que proporcionava potência de 99 cv e torque de 16,7 kgf.m.

    Na suspensão, o conjunto traseiro era derivado da Alfa Romeo 164, mais robusto e eficiente para o piso brasileiro. Duas particularidades marcaram o Tempra, uma delas mundial: o Brasil foi o único país a comercializar o modelo com duas portas; outra novidade, ele foi o primeiro carro com motor de 4 cilindros e 16 válvulas.

    Fiat Uno Turbo (1994-1996)

    Em fevereiro de 1994 o Uno ganhou uma importante versão, o Uno Turbo, primeiro carro original de fábrica turbo-alimentado. Com ele, o motor de 1.372 cm³ chegava à potência de 118 cv e ao torque de 17,5 kgf.m, valores suficientes para levá-lo a 195 km/h de velocidade máxima e a acelerar de 0 a 100 km/h em 9s2, números de respeito até os dias de hoje.

    O aumento de desempenho levou a várias modificações no Uno. O câmbio tinha novas relações de marchas, a direção tinha assistência hidráulica com resposta mais rápida e as suspensões foram rebaixadas em 10 mm. Os pneus passaram à medida 185/60 R 14 e os freios dianteiros e traseiros foram herdados do Tempra.

    O painel era bastante completo, com manômetro do turbo e marcadores de pressão e temperatura do óleo; os bancos e o volante eram específicos e o estepe foi parar no porta-malas, caso único no Uno brasileiro. Lançada com uma campanha especial que incluía curso de pilotagem para os primeiros compradores, O Fiat Uno Turbo saiu de produção em 1996.

    Fiat Tipo (1995-1997)

    O primeiro carro médio importado pela Fiat teve um enorme sucesso no Brasil. Com preço atrativo, o Tipo chegou a líder absoluto do mercado local por alguns meses. Reunia argumentos fortes para isso, como bom acabamento, opção de quatro portas, direção assistida de série, amplo espaço interno e grande maneabilidade.

    Diante sua grande aceitação, a Fiat decidiu fabricá-lo no Brasil em uma só versão, a 1.6 MPI com quatro portas. Usava o mesmo motor do Uno, com injeção multiponto, resultando em 92 cv, aumento de 10 cv sobre a versão 1.6 i.e. importada. E obteve uma primazia: foi o primeiro carro nacional com airbag. Fabricado até 1997, o Tipo marcou gerações e até hoje é admirado por vários clientes e seus inúmeros clubes entusiastas espalhados pelo Brasil.

    Publicado em 23/06/2014


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