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  • Toro Volcano diesel 4x4: uma boa experiência
  • Bastante força, conforto e dirigibilidade satisfatórios são os pontos altos dessa versão da picape intermediária da Fiat
  • Por Jorge Meditsch

    Questão de gênero: “a Toro”. Para complicar, “a Volcano”. Afinal, segundo os dicionários, picape é um substantivo feminino. Havia quem discordasse: o colunista – e polemista – automotivo José Roberto Nasser, falecido há cerca de dois anos, fazia questão de masculinizar a categoria e, religiosamente, usava a forma “o picape”.

    Deixando de lado o “sexo”, a Toro é um dos grandes sucessos da história recente da indústria brasileira. Sem ter sido a pioneira – foi precedida pela Renault Oroch – foi ela que consolidou um novo segmento de picapes, intermediário entre as derivadas de hatches compactos e as que, no Brasil, são consideradas grandes.

    Bom espaço interno, um volume mais compacto, compatível com as vagas apertadas disponíveis nas cidades, design interessante e capacidade de carga boa para o público-alvo, a Toro conquistou seu espaço e tem se mantido um sucesso de vendas.

    Na última semana, rodamos com a Toro Volcano Diesel 4x4 pelas ruas e estradas de Florianópolis, com uma passadinha na beira da praia para conferir o comportamento off-road. Com preço base de R$ 163.990, a Volcano vem bem equipada de série, como seria de se esperar. Bancos de couro, ar-condicionado digital com duas zonas, porta-objetos refrigerado, pode ter também 7 airbags se o comprador optar pelo pacote Safe e gastar um pouco mais.

    Motor diesel é bom, mas vibra muito

    Motores diesel são como um fetiche entre picapeiros e, no caso da Volcano, são um dos pontos altos do carro. O quatro-cilindros de dois litros disponibiliza 170 cv e um torque de 350 Nm a 1.750 rpm. O desempenho é otimizado pelo câmbio automático de nove marchas, que possibilita o aproveitamento quase ideal das características do motor. Pontos curiosos: em condições normais, isto é, fora da opção de uso 4x4 mais radical, a Toro arranca em segunda marcha, o que torna a primeira uma “reduzida”, para uso apenas em situações especiais. Da mesma forma, a marcha mais alta, a nona, só entra em ação acima de 100 km/h – quase um overdrive.

    Apesar do acabamento de luxo, a Toro Volcano padece de excesso de ruído e vibrações causadas pelo motor. Será uma opção de marketing, para mostrar a todos a presença do motor a óleo?

    Apesar do acabamento de luxo, a Toro Volcano padece de excesso de ruído e vibrações causadas pelo motor. Será uma opção de projeto, para mostrar a todos a presença do motor a óleo? Pode até ser, pois o Jeep Compass, que usa o mesmo trem de força, é bem mais discreto nesse sentido. A Fiat domina a arte de fazer motores diesel bem mais civilizados, como os usados em larga escala em automóveis na Europa, silenciosos e suaves.

    O desempenho é bastante bom, começando pela arrancada até 100 km/h, que é possível atingir em cerca de 10 segundos – bom até para carros bem mais leves. A suspensão trabalha bem e transmite segurança na estrada. A Toro tem tração integral. Em condições normais, a tração é dianteira. O motorista pode optar, dependendo das circunstâncias, por dois modos 4x4 ao toque de um botão – um deles mais radical.

    Manobras difíceis

    A dirigibilidade é bastante boa, com um senão: o grande diâmetro de giro, que dificulta manobras em espaços restritos, como vagas de garagem ou em supermercados, por exemplo. A Volcano tem câmera de ré e sensores de proximidade traseiros, mas devido a essa característica deveria tê-los também à frente, para tornar mais fácil a vida do motorista na cidade. Também são de série os sensores crepuscular e de chuva.

    Outros pontos positivos são o acesso “keyless”, sem precisar tirar a chave do bolso, e a possibilidade de acionar o motor antes de entrar no carro e, consequentemente, do ar-condicionado, algo muito bom em dias muito quentes ou muito frios. A central multimídia traz os recursos de praxe, permitindo o espelhamento do celular e uso de aplicativos diversos na tela sobre o console. O painel TFT de 7 polegadas permite personalização, mas sofre de um problema: excesso de reflexo sobre a proteção externa, que eventualmente atrapalha a visão. Da mesma forma, à noite, a tela do sistema multimídia é refletida pelo vidro traseiro, prejudicando a visibilidade pelo retrovisor interno.

    Em resumo: mesmo sem ser um fã do uso urbano de picapes e utilitários em geral sem necessidade específica, a Toro Volcano agrada bastante. De forma geral, o ponto que mais desagrada, a vibração do motor, pode ser corrigido, desde que os compradores concordem, é claro. O freguês sempre tem razão.

    Publicado em 13/08/2020

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