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  • Cronos HGT 1.8 automático: esportivo, ma non troppo
  • A opção mais aguerrida do sedã compacto da Fiat agrada no estilo, mas o desempenho não está à altura da aparência esportiva. Nem por isso, deixa de ser interessante.
  • Por Jorge Meditsch

    A Fiat não tenta enganar: o Cronos HGT é um sedã com estilo esportivo. Isso aí, estilo. O Cronos HGT é um sedã, um tipo de carro que tem um mercado muito especial e restrito, preponderantemente masculino e, em geral, não muito jovem. Mas gente assim não deixa de gostar de um ar mais vigoroso, radical. E, nesse ponto, o Cronos HGT parece atender à expectativa.

    Equipado com o motor E-torQ 1,8 litro de 139 cv, já um tanto ultrapassado tecnologicamente, o HGT tem um câmbio automático convencional, de seis velocidades. O modelo não conta com uma opção de trocas esportiva, que normalmente aparece sob o comando S. Aparentemente, a intenção da fábrica foi manter o consumo sob controle: mudanças retardadas, em maior rotação, melhoram a agilidade, mas esvaziam o tanque com rapidez maior ainda.

    Dá para ir de 0 a 100 km/h em cerca de 12 segundos, o que não chega a entusiasmar, e chegar a 190 km/h. Para os apreciadores, não faltam as palhetas de mudança acopladas ao volante, que permitem ao motorista se imaginar piloto e são um bom motivo para conversa com os amigos nas primeiras semanas após a compra do carro. Um item útil para situações especiais, como estradas sinuosas nas serras, por exemplo, ou ultrapassagens mais arriscadas. A experiência de quem tem carro automático há algum tempo e o utiliza no dia-a-dia é, normalmente, esquecer da existência desse recurso.

    O motor 1,8 litro de 139 cv não permite grandes expectativas, principalmente casado com um câmbio automático pra lá de convencional, que não oferece modo esportivo de condução. O objetivo da fábrica aparentemente, foi privilegiar o consumo.

    Por dentro

    O interior do HGT automático é, basicamente, o mesmo das versões superiores do Cronos. O acabamento é correto, com boa mixagem de pretos e cromados, comandos bem situados e ergonomia agradável. A tela colorida de sete polegadas inclui câmera de ré e a faixa central do painel é preta, diferente das outras versões do sedã. Para quem foi seduzido pelo exterior esportivo, porém, há uma decepção ao sentar ao volante: a altura do banco do motorista é muito mais compatível com um utilitário do que com um modelo com espírito esportivo. Dá muito mais impressão de estar na direção de um jipe ou trator do que num carro que irá fazer curvas em alta velocidade.

    Verdade que ele não foi feito bem para isso, apesar do belo acabamento esportivo externo, realçado pela grade dianteira em preto brilhante, o aerofólio traseiro também preto sobre a tampa do porta-malas e, acima de tudo, o teto preto contrastando com a pintura, que diferencia o carro à primeira vista. Outro detalhe importante são as rodas de 17 polegadas pintadas de preto, com pneus de perfil relativamente baixo, que apresentam um pequeno problema: tem raios salientes que tendem a raspar nas guias de calçadas ao menor descuido do motorista, criando arranhões metálicos nada atraentes.

    Preço

    Em suma, se você procura um sedã compacto confortável, com um bom porta-malas e agradável de dirigir, e gosta de “vestir” um modelo mais esportivo que a mesmice rodante dos pseudo-SUVs, o Cronos HGT automático é uma opção a considerar. O preço é um ponto a favor, também, partindo por volta dos R$ 78.500. Sem, é claro, o peso nada esportivo dos opcionais, como bancos de couro (R$ 1.500) , câmera de ré (R$ 700), airbags laterais (R$ 2.500) e pacote incluindo partida sem chave, retrovisor com rebatimento elétrico e iluminação periférica, sensores de chuva e crepuscular, e retrovisor eletrocrômico (R$ 2.000).

    Publicado em 13/02/2020

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