Home > Autoavaliação > Citroën Cactus: SUV urbano pode ser bom negócio
  • Autoavaliação
  • Citroën Cactus: SUV urbano pode ser bom negócio
  • Apesar do nome, o novo SUV da Citroën não é um carro para encarar desertos ou outros desafios fora de estrada. É um bem comportado veículo para ruas e estradas, com algumas características interessantes
  • Por Jorge Meditsch

    O nome engana. Cactos são plantas rústicas, normalmente encontradas em áreas desérticas, que têm capacidade de sobreviver com pouca água e, em geral, são protegidas por espinhos bem pouco amigáveis. Um SUV chamado Cactus, na minha expectativa, seria um veículo de traços rústicos, capaz de enfrentar a dureza dos desertos, caminhos de pedra e areia e sol implacável.

    Bonito e elegante, o Citroën Cactus lembra mais aqueles cactos de vasinhos, que servem para decorar beirais de janela em apartamentos. Como a maioria de seus concorrentes, ele é um SUV por decreto – tem os ângulos de entrada e saída e a altura livre do solo exigidas pelo Inmetro para ser designado assim. Nada contra, afinal, num mercado que exige essa designação de fantasia para comprar hatches disfarçados de aventureiros.

    Os designers latino-americanos da PSA (grupo que reúne a Citroën e a Peugeot) foram felizes ao criar o Cactus. Deixando de lado os faróis esticados, com olhos asiáticos, eles conceberam uma dianteira forte, com bastante personalidade. Como todo SUV, o Cactus é protegido nas laterais por armaduras plásticas, que contornam as caixas de rodas e a soleira sob as portas. Uma enigmática falsa reentrância, aliás, adorna essa área, sem propósito prático nenhum e resultado estético duvidoso.

    Um recurso bem explorado no design é a pintura em duas cores, que é opcional. Na opção escolhida para o lançamento, ela combina o azul metálico com o teto creme, numa combinação bastante harmoniosa. Há outras opções, com teto preto, por exemplo, ou monocromáticas. Como costuma ocorrer no Brasil, predominam na paleta os pretos e cinzas. Na apresentação, havia algumas unidades vermelhas, mas apenas 100 exemplares colorados serão vendidos no Brasil.

    Por dentro

    Internamente, o Cactus é confortável e tem um design bastante equilibrado. Os materiais são aparentemente de boa qualidade e os comandos bem distribuídos e intuitivos. O painel digital, embora prático, decepciona um pouco, seja pelo tamanho, seja pelo design relativamente pobre.

    Em termos de conexão, o novo modelo da Citroën traz os equipamentos e funções hoje obrigatórios: espelhamento de celulares na tela de 7 polegadas, reconhecimento de voz, execução de músicas, leitura e ditado de mensagens de texto, etc.

    Os bancos dianteiros são confortáveis e o motorista encontra uma posição conveniente sem dificuldades. O espaço atrás é razoável, sem chegar a ser muito amplo – bom para as crianças. E o porta-malas é apenas razoável, com 320 litros: uma família terá alguma dificuldade para acomodar bagagem para uma viagem demorada. Um ponto positivo é o isolamento acústico, bastante eficiente.

    Andando

    O Cactus tem duas opções de motores, um 1,6 litro aspirado e o 1,6 litro THP (turbo). O primeiro pode ter potência de até 122 cv nas versões com câmbio manual ou 118 cv nas automáticas. Já o turbinado, vendido apenas com câmbio automático, conta com 173 cv. O trem de força não é novidade e chega bem recomendado: vem fazendo sucesso nos primos-irmãos da Ppeugeot.

    A versão turbinada do Cactus foi batizada de SHINE (brilho, em inglês). O motor THP disponibiliza bastante força para o modelo, que chega a 100 km/h em cerca de 7,5 segundos e pode atingir, segundo a fábrica, 212 km/h. Um desempenho algo temeroso para um veículo alto, cuja dianteira tende a ficar um pouco leve nas acelerações. Recomenda-se bom senso ao usuário.

    Ao contrário da moda reinante, o Cactus não conta com borboletas no volante para trocas de marchas, o que não irá afetar em nada o dia-a-dia do motorista. Se preciso, dá para mudar as marchas com a alavanca, mas esse é um recurso cada vez menos usado, mesmo em estradas cheias de curvas, subidas e descidas.

    Para quem tem a ilusão de estar a bordo de um utilitário, a Citroën disponibiliza um sistema de controle de tração batizado de Grip Control. Supostamente, ele deve dosar a transferência de força para as rodas (dianteiras, somente), de acordo com a aderência do piso. Ele oferece quatro modos: Padrão (automático), Neve, Lama e Areia, ou pode ser desligado. No Brasil, esqueça a opção Neve. E não se entusiasme para enfrentar lamaçais ou beira de praia – você correrá o risco de ficar atolado.

    A Citroën acredita que a maioria dos compradores irá optar pelas versões automáticas. Essa é uma característica que, atualmente, é uma exigência nas grandes cidades

    Sistemas de assistência

    Quem comprar a versão mais cara do Cactus, a SHINE THP PACK irá contar com um pacote de sistemas de assistência que inclui frenagem automática e alerta de colisão, alerta de saída de faixa, alerta de atenção ao condutor, recomendador de descanso para viagens de mais de duas horas e assistente de partida em subidas. O controle eletrônico de estabilidade é de série para todas as versões automáticas. Também está disponível o sensor de alteração de pressão de pneus, que funciona comparando a rotação das rodas opostas em cada eixo.

    Versões e preços

    Um ponto deve pesar a favor do Cactus no mercado brasileiro: ele tem preços bem competitivos em praticamente todas as versões. A Citroën espera que a venda se concentre principalmente nas versões automáticas, uma tendência irreversível de mercado nos carros para classe média alta. As versões e preços são as seguintes:

    Live (1.6 manual) – R$ 68.996

    A versão Live traz de série: Direção elétrica, Ar-condicionado manual digital e integrado à central

    multimídia, Assinatura luminosa com DRL em LED, Barras de teto, Rodas 16” com pneus 205/60 R16 e calota, Painel de instrumentos 100% digital, Volante de espuma com regulagem de altura e profundidade com comandos integrados, Citroën Connect Radio com tela touch de 7’’ Bluetooth 6 alto-falantes Tomada USB 12V, comandos dos vidros e retrovisor elétricos, travamento centralizado das portas e porta-malas com Plip travamento do carro ao andar abertura da porta do reservatório de gasolina sem chave, assentos dianteiros reguláveis em altura, Console alto com porta-objetos fechado porta-copos, assentos traseiros com três apoios de cabeça e ISOFIX, cintos de segurança traseiros de três pontos, Airbags frontais duplos barras

    de proteção laterais, ABS REF.

    Feel 1.6 manual – R$ 73.490

    Feel 1.6 automática – R$ 79.990

    A versão Feel traz de série (a mais que a Live): Faróis de neblina, Câmera de ré, Rodas de alumínio de 17” e pneus 205/55 R17, Eco-coaching, alarme perimétrico, quatro vidros One-touch, piloto automático e, para as versões automáticas, ESP DSGi HillAssist. Como opcionais: acendimento automático dos faróis, limpadores de para-brisa automático, ar-condicionado digital automático ADML, volante de couro, alarme volumétrico, airbag lateral, barras de teto tipo “flutuantes”, rodas Roby One de 17” alumínio diamantado e teto de duas cores.

    Shine R$ 94.990

    Shine Pack R$ 98.990

    A versão Shine traz de série (a mais que a Feel): barra de teto “flutuante”, ar-condicionado digital

    automático, ADML dianteira, rodas de 17” de alumínio diamantado com pneus 205/55 R17, painel de bordo com revestimento soft-touch, acendimento automático dos faróis Limpador de para-brisa automático, volante e bancos em couro, airbag lateral, Grip Control (THP) e alarme perimétrico volumétrico. Na versão Pack: sistema de frenagem automática, alerta de colisão, alerta de atenção ao condutor, alerta de saída de faixa, indicador de descanso, retrovisor eletrocrômico, airbags de cortina e carroceria de duas cores.

    Publicado em 11/09/2018

    -


    Copyright © 2014 - Autoestrada.com.br - todos os direitos reservados