Um lançamento importante. Por que? Num mercado onde cada marca adota uma estratégia diferente, a Volkswagen escolheu fazer um carro sério, alinhado tecnologicamente com o produzido na matriz. E não perdeu tempo: o novo Polo chegou ao Brasil quase junto com a apresentação na Alemanha.
Um hatch um pouco menor que o Golf, mas que usa a mesma arquitetura e sistema de propulsão, o Polo chega em quatro versões, duas com motores aspirados de 1,0 e 1,6 litro e duas com o TSI de três cilindros e um litro. Comfortline e Highline: essas são as que contam, as que miram no público-alvo do carro. Um público que já não quer mais câmbio manual, por exemplo, e que curte coisas como o painel eletrônico oferecido na versão mais alta, alinhado ao que há de mais moderno na Europa.
Dirigindo
Excelente dirigibilidade e prazer ao volante já eram qualidades da versão antiga do Polo e, no mínimo, foram mantidas no novo modelo. O carro responde fielmente às intenções do motorista a cada comando do volante, traçando as curvas conforme ordenado. O motorzinho 1.0 turbo é ágil, mas o equilíbrio do conjunto pode até suscitar vontade de contar com algo mais forte (quem sabe um Polo GT com o 1.4, no futuro?). Aliás, com o lançamento do Polo a VW passa a adotar novo sistema para identificar os motores, substituindo a cilindrada por um indicador de torque (200 remetendo a 20 Nm). Com o tempo, a gente acostuma...
No Brasil, o Polo automático conta com um câmbio de seis marchas tradicional – na Alemanha pode ter o DSG, de dupla embreagem, mais ágil e ainda mais eficiente. Coisa de redução de custos, apesar de algumas explicações mercadológicas não muito convincentes. Fora isso, o carro passou por algumas mudanças estruturais, como a elevação da suspensão para andar em nossos arremedos de ruas, por exemplo. Outra alteração: o assoalho traseiro foi alisado para dar mais espaço ao passageiro do meio – na Europa, hatches são concebidos para levar quatro pessoas, não cinco.
Uma especulação: no futuro utilitário esportivo derivado do Polo que já está sendo desenvolvido no Brasil, o assoalho traseiro poderá voltar a ter um túnel no meio, seja para reforçar a estrutura, seja para possibilitar tração nas quatro rodas. A informação escapou de um engenheiro.
Segurança
Num cenário onde alguns modelos de sucesso ostentam índices de segurança precários, a Volkswagen não transigiu: o novo Polo estreou nos testes de impacto do Latin NCap com todas as estrelas necessárias para garantir o primeiro lugar no segmento. Pode ser que isso não influa muito nas vendas, afinal muita gente acredita que acidentes só acontecem com os outros, mas isso é muito importante.
Estilo local
O Polo brasileiro também tem uma cara diferente. Algumas pesquisas prévias indicaram que o estilo alemão da dianteira é muito discreto para o gosto nacional. Rapidamente, o departamento de Design de São Bernardo do Campo acrescentou uma dose de agressividade ao para-choques e à grade. Ficou bom. Nas laterais, chega uma novidade que deverá aparecer mesmo nos modelos importados da VW, a ‘flecha’, que dá um certo vigor aos painéis das portas e para-lamas dianteiros.
Versões e preços:
Polo 1.0 – Motor de três cilindros aspirado com 84 cv e câmbio manual, com controle de tração, rodas de ferro aro 15, ar-condicionado, rádio, toca-CD e entradas USB, MP3 e Bluetooth. R$ 49.900
Polo 1.6 – Quatro cilindros, 117 cv, também manual e com o mesmo conteúdo. R$ 54.990
Comfortline 200 TSI – Automático com seis marchas, controle de estabilidade, freios a disco nas quatro rodas, bloqueio do diferencial, assistente de partida em rampas, sensor de ré, tela multimídia e conectividade Mirror Link, rodas de liga de 15 polegadas, luzes de manobra dianteiras, saída de ar para o banco traseiro. R$ 65.190
Highline 200 TSI – Tudo do Comfortline mais ar-condicionado digital, rodas de 16polegadas, palhetas para troca de marcha no volante, piloto automático, porta-luvas refrigerado, luzes de condução diurna de LED. R$ 69.190
Publicado em 05/10/2017
-
