Home > Autoavaliação > Novo Q7: quase tudo de novo
  • Autoavaliação
  • Novo Q7: quase tudo de novo
  • Não é um face-lifting nem uma atualização. O Audi Q7 tem uma nova versão, com novo motor e nova estrutura. E vários brinquedos interessantes agregados
  • Por Jorge Meditsch

    O Audi Q7 é grande. O Audi Q7 é luxuoso. O Audi Q7 é potente. O Audi Q7 é avançado. O Audi Q7 é caro.

    A Audi é a ponta de lança tecnológica do Grupo Volkswagen. E o Audi Q7 é o SUV topo de linha da marca. Portanto, como seria de se esperar, o Q7 é uma vitrine do que há de mais moderno e interessante no mundo dos automóveis fabricados em série.

    O novo Q7 – neste caso a palavra ‘novo’ não é um mero adjetivo para atualização – representa uma ampla mudança em relação à geração anterior. O conceito do carro continua o mesmo: um utilitário esportivo luxuoso, com amplo espaço para passageiros e bagagem, muito conforto, boa capacidade off-road, alta segurança e dirigibilidade quase comparável à de um sedã.

    O que mudou? Para começar, a estrutura e a carroceria, onde o alumínio foi aplicado à vontade pelos projetistas, junto com outros recursos como aços especiais. Somando-se isso a aperfeiçoamentos no trem de força e suspensão, o resultado foi uma redução de peso de nada menos que 320 quilos. O equivalente a mais de quatro passageiros-padrão (70 kg cada) ou três grandalhões com 105 kg.

    Mais força

    O motor encolheu no tamanho, passou de V8 para V6, mas ganhou potência – agora são 333 cv e o torque chega a 440 Nm. Não é um turbo: tem um compressor de acionamento mecânico, que só é acionado quando necessário. Há dois sistemas de injeção – direta e indireta – combinados conforme a solicitação para otimizar o consumo e as emissões.

    O câmbio é um automático convencional Tiptronic de oito marchas, com as mais baixas curtas proporcionando uma resposta esportiva e as longas voltadas para a economia. Integrado à caixa fica a transmissão quattro, que em condições normais direciona 40 por cento da força para as rodas da frente e 60 por cento para trás. Mas a dosagem é calculada constantemente, adequando-se às condições do piso e à forma de dirigir do condutor. Além disso, o torque é direcionado individualmente para cada uma das rodas, otimizando o desempenho nas curvas.

    Por falar em curvas...

    O Audi Q7 que experimentamos trazia a suspensão pneumática adaptativa opcional, que regula a rigidez das molas e amortecedores conforme a situação. Assim, por exemplo, ela pode rebaixar o carro em altas velocidades, aumentando a estabilidade e diminuindo o arrasto aerodinâmico. O oposto ocorre nas estradas de terra ou caminhos difíceis, em que a distância livre do solo é aumentada.

    Mas a maior novidade do Q7 é o eixo traseiro dinâmico, um opcional que faz parte do Pacote Tecnológico. Com ele, as rodas traseiras passam a ser direcionais também. Nas manobras, elas viram no sentido oposto às dianteiras, reduzindo o diâmetro de giro do carro. E, em alta velocidade, viram na mesma direção, aumentando a agilidade nas curvas e em situações como mudanças rápidas de faixa ou desvios de emergência na estrada.

    Tudo isso é controlado pelo sistema drive select, que disponibiliza para o motorista cinco modos de condução, cada um com uma combinação diferente de regulagens de direção, acelerador, tração e suspensão, que podem ser escolhidos dependendo do gosto ou da conveniência do momento. Um sexto modo, o Individual, permite que o condutor faça sua própria combinação, acertando o carro para seu próprio perfil.

    Outros brinquedos

    O Pacote Tecnológico traz também o display head-on, que projeta a velocidade no para-brisa, à altura dos olhos do motorista. E, integrado ao cockpit virtual, um sistema de visão noturna que usa câmera infravermelha para detectar pessoas ou animais à noite antes mesmo que sejam iluminados pelos faróis, mostrando suas silhuetas na tela.

    No mesmo pacote vêm os faróis em LED, inteligentes, que mantém o facho alto sem ofuscar os “adversários”, mascarando as áreas onde haja carros ou pessoas à frente.

    O sistema de som de série, da Bose, tem 19 alto-falantes, distribuídos estrategicamente para criar um efeito tridimensional, que reproduz ambientes como salas de concerto. O amplificador, com 15 canais, tem 558 watts.

    O sistema Audi connect permite integrar o celular ao sistema de informação e entretenimento do carro. Funciona com iPhone ou Android, possibilitando usar aplicativos contidos no telefone do usuário por comando de voz, pelo volante ou pelo botão rotativo ou pela superfície de toque do MMI touch.

    Terceira fila

    O eixo traseiro dinâmico é novidade entre os SUVs. Ele agrega melhor dirigibilidade, seja em manobras, seja em alta velocidade.

    O interior do Audi Q7 vem com todos os recursos e requintes que se espera de um carro de luxo. Um ponto a destacar é a disponibilidade da terceira fila de assentos.

    Os bancos adicionais – que são opcionais – acomodam duas crianças com conforto. O alto custo da opção, em torno de R$ 20 mil, se explica pelo acionamento elétrico, que permite recolhê-los para ampliar o porta-malas ou reposicioná-los ao toque de um botão.

    O acesso à terceira fila á facilitado pela movimentação do banco traseiro normal, cujo encosto é repartido em três seções.

    Mais um recurso funcional é o acesso ao porta-malas sem necessidade de usar as mãos. Basta movimentar um pé sob o para-choques para que a tampa traseira se eleve eletricamente. O mesmo gesto também pode ser usado para fechar.

    Sistemas de assistência

    Entre os equipamentos de série há o alarme de fadiga, que analisa o comportamento do motorista e emite um alerta quando houver indicação de que ele esteja perdendo a concentração. Outro é o Audi pre sense básico, que interage com diferentes sistemas do carro: caso ele detecte uma condição de direção instável, os cintos dos bancos dianteiros são retesados eletricamente e as janelas e o teto solar são fechados. Além disso, as luzes de alarme são ativadas para alertar os motoristas mais próximos.

    O pacote opcional Audi side assist ajuda o motorista a partir de 15 km/h ao trocar de faixa, usando dois sensores de radar traseiros com alcance de cerca de 70 metros. Se um veículo for localizado no ponto cego ou se aproximar muito rápido, se acende um LED na carenagem do respectivo espelho retrovisor externo. Caso o motorista ainda assim acione a seta, o LED pisca sucessivas vezes com maior intensidade. O Audi side assist é ligado ao sistema Audi pre sense traseiro, que inicia medidas protetoras em caso de ameaça iminente de uma colisão na traseira do carro.

    Muito útil, o Exit Warning Assist – alerta de desembarque – entra em ação quando o SUV para. Caso veículos ou bicicletas se aproximem por trás, o sistema avisa o motorista e os passageiros assim que eles abram uma das portas. O sistema usa as guias luminosas de LEDs do pacote de iluminação localizadas nas portas. Em uma situação perigosa, LEDs especiais de alta potência piscam e se acendem em vermelho. O alerta de desembarque permanece ativo até três minutos depois que a ignição é desligada.

    Estilo

    O novo Q7 não vai ser confundido com o anterior. A nova grade da Audi poderá não agradar a todos, mas é marcantemente diferente. O capô também está mais baixo e alongado. A primeira impressão é que o design tende mais para o de um utilitário, invertendo a tendência de urbanização que assola os SUVs ultimamente.

    Na versão trazida para o Brasil, sobressaem as rodas de 20 polegadas. Para deixar claro que o modelo é top, a fábrica distribuiu cromados pela carroceria, sem exageros.

    Andando

    Experimentamos o novo Q7 num percurso de estrada, saindo de Guarulhos, nas proximidades do aeroporto internacional, e indo até a Pedra Grande, em cima de uma elevação no município de Atibaia. Os trechos inicial e final foram pelo asfalto e, na Rodovia Fernão Dias, onde há algumas sequências de curvas interessantes, deu para checar o comportamento da direção e do eixo traseiro esterçante, com boas impressões.

    A estabilidade é a tradicional dos Audis equipados com suspensão pneumática e o desempenho do conjunto motor-transmissão não deixa nada a reclamar. Sem ser um bólido, o Q7 é bastante animado quando se pressiona o acelerador, seja nas saídas de curvas, seja em retomadas de velocidade e ultrapassagens. Ele arranca de 0 a 100 em torno de 6 segundos e a máxima é de 250 km/h (não chegamos nem perto dela).

    Em parte do teste, choveu bastante, o que deu oportunidade para experimentar em circunstâncias mais radicais o sistema quattro de tração integral. A subida para a Pedra Grande é uma estrada de terra que, se não chega a ser um caminho extremamente difícil, às vezes chega a dar algum trabalho. Nela, e debaixo d’água, o Q7 pareceu não tomar conhecimento das condições mais difíceis: mesmo sem pneus especiais, o SUV manteve o comportamento e a andadura que mostrava no asfalto. Em pouquíssimos momentos deu para sentir o deslizamento de alguma das rodas, assim mesmo prontamente corrigido pelo gerenciamento eletrônico.

    Preço:

    Audi Q7 Ambition 3.0 V6 – R$ 399.900

    Opcionais:

    Terceira fileira de bancos

    Pacote Tecnológico (farol full-LED, Eixo traseiro dinâmico e Night Vision)

    Audi side assist

    Suspensão adaptativa a ar

    Publicado em 08/02/2016

    Claudio Larangeira -


    Copyright © 2014 - Autoestrada.com.br - todos os direitos reservados