Um dos maiores sucessos no mercado nacional, o Jeep Renegade é oferecido em várias versões, a maioria equipada com motor 1.8 flex de 139 cv e câmbio automático de 6 marchas. O topo de linha, porém, tem motor turbodiesel 2.0 com 170 cv e um dinâmico câmbio de 9 velocidades.
Foi esse modelo – que também conta com tração nas quatro rodas - o último que experimentamos. Com preço básico em torno de R$ 170 mil, ele se diferencia visualmente pela pintura bicolor, com detalhes em preto, e um visual mais agressivo proporcionado pelas rodas e apliques plásticos nas laterais. Um pequeno toque de acabamento colabora para o aspecto mais agressivo: ganchos para reboque vermelhos, dois encaixados nos para-choques dianteiro e um no traseiro.
Evidentemente, por seu preço, o Renegade Trailhawk visa um público com alto poder aquisitivo. Isso fica bem claro em seu interior, com um design muito bem cuidado e repleto de bons materiais. As saídas de ar do painel, o console central e os alto-falantes das portas têm molduras em vermelho brilhante, com um certo ar esportivo. Os bancos são confortáveis e a posição ideal para o motorista é fácil de obter pela regulagem do assento e deslocamento da coluna da direção.
Os comandos no painel e em torno da direção são de fácil acesso e, na maioria, intuitivos. Alguns dias de uso do carro e o motorista deve memorizar suas posições e funções. Não tão acessível é o comando do sistema de tração 4x4, localizado na parte inferior do painel, à esquerda do console central. Mesmo assim, ele é bastante funcional e autoexplicativo: não é preciso ler nenhum manual para utilizá-lo.
Como a maioria dos utilitários esportivos compactos, o Renegade oferece um espaço limitado para bagagem, 320 litros, podendo chegar a 1.370 litros com o banco traseiro totalmente rebaixado. O equipamento de série é generoso: faróis full-led, sensores de luz e chuva, câmera de ré e sete airbags. O teto solar é caro e opcional (em torno de R$ 8 mil).
Ao ligar o motor, o motorista é lembrado imediatamente que está num veículo movido a diesel. Embora não chegue a ser incômoda, há uma vibração característica, principalmente em baixa rotação. Talvez seja até um apelo de marketing, já que no Brasil diesel é sinal de status. As 9 marchas do câmbio ajudam na agilidade do carro, que chega aos 100 km/h em aproximadamente 11 segundos. Muito melhor do que as versões com motor flex, que tem desempenho mais modesto e reações mais demoradas ao pedal do acelerador.
A direção tem assistência elétrica e é macia quando necessário e precisa em altas velocidades. A suspensão alta não encoraja aventuras nas curvas, mas não assusta no uso normal. Há um bom equilíbrio entre o conforto e a eficiência.
Não acredito que muitos dos compradores do Trailhawk vão utilizá-lo com frequência fora do asfalto, mas se preciso, o carro oferece vários recursos ao toque de botões: é possível selecionar os modos de tração – Automático (Auto), Neve (Snow), Areia (Sand), Lama (Mud) e Pedra (Rock) –, a marcha reduzida (4wd low), o bloqueio do diferencial traseiro e o controle de descida. No uso normal, o veículo usa a tração dianteira.
Publicado em 19/03/2021
-