Motonari Otsuru, o principal advogado do brasileiro Carlos Ghosn, preso no Japão desde novembro, pediu demissão do cargo nesta quarta (13). Segundo a agência de notícias "AFP", o desligamento do advogado foi um pedido do próprio Ghosn, executivo que comandava a aliança Renault-Nissan-Mitsubishi detido sob acusação de fraudes fiscais e outras irregularidades.
Em comunicado para a imprensa, o ex-chefão da aliança automotiva afirmou que a escolha tem o objetivo de provar sua inocência e esclarecer os fatos. "Estou impaciente para poder me defender, com vigor, e esta escolha representa para mim a primeira etapa de um processo não apenas para restabelecer minha inocência, mas também para jogar luz sobre as circunstâncias que levaram a minha detenção injusta", disse.
Carlos Ghosn ainda não informou qual será seu novo defensor no tribunal. Nesta quinta-feira (14), haverá uma reunião entre advogados, promotores e juízes para definir como será o julgamento.
Ghosn foi preso por supostas irregularidades na Nissan, porém alguns dias a Renault também fez acusação formal contra o executivo, no caso de utilizar o Palácio de Versalhes, em Paris (França), para a festa do seu casamento. O espaço teria sido cedido a ele por meio de um contrato de doação, que o isentou de pagar o aluguel de 50 mil euros. O "presente" seria uma retribuição por conta de um contrato de patrocínio da Renault assinado com a administração do palácio.
Apesar da denúncia, por ora executivo está mantido na diretoria da Renault do Brasil - no fim de janeiro, ele renunciou à presidência mundial da Renault.
Publicado em 13/02/2019