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  • Documento, assinado por Carlos Zarlenga, presidente da mondadora no Mercosul, diz que empresa passa por 'momento muito crítico'
  • Por Alessandro Reis

    Comunicado interno enviado aos funcionários das cinco fábricas da General Motors na sexta passada (18), assinado por Carlos Zarlenga, presidente da empresa no Mercosul, colocou os trabalhadores em clima de tensão. De acordo com o documento, a montadora, que produz o Onix, carro mais vendido do país, sugere que a companhia está deficiária no país e precisa implementar um "plano de viabilidade" "de forma imediata e definitiva".

    O texto diz, ainda, que a montadora vive "um momento muito crítico" no Brasil e sugere até a possibilidade de encerrar suas operações na América do Sul. O memorando cita reportagem do jornal norte-americano "Detroit News" publicada no último dia 11, atribuindo a Mary Barra, presidente global da empresa.

    "Barra deu sinais de que a GM estáconsiderando sair da América do Sul. O Brasil e a Argentina, os maiores mercados sul-americanos da GM, continuam sendo desafiadores, disse ela.A empresa está trabalhando com as partes interessadas na região para tomar todas as ações necessárias para melhorar o negócio “ou considerar outras opções"", disse a publicação. Ainda de acordo com o "Detroit News", a presidente teria dito que "não vamos continuar investindo para perder dinheiro".

    Montadora passa por reestruturação global e deve fechar 7 fábricas - quatro nos EUA, uma no Canadá e duas em locais não anunciados

    No comunicado, Zarlenga afirma que a General Motors já apresentou o plano de reestruturação na região para a matriz, em Detroit (EUA), e também iniciou conversas com os concessionários e o governo federal, sem dar detalhes. Nesta terça (22), às 11h, Carlos Zarlenga e executivos da fabricante vão se reunir com os sindicatos de metalúrgicos de São José dos Campos e do ABC, mais o prefeito local, na fábrica de São José, no interior paulista. No encontro, devem ser informados alguns detalhes dos planos da companhia.

    "A GM no Brasil teve um prejuízo agregado significativo no período de 2016 a 2018, que não pode se repetir. 2019 será um ano decisivo para nossa história. O Comitê Executivo do Mercosul está fortemente comprometido para reverter esta situação de forma imediata e definitiva. Vivemos um momento crítico que vai exigir importantes sacrifícios de todos, disse o dirigente. "Obter rapidamente acordos necessários com todas as partes é fundamental. Já nos reunimos com os nossos concessionários - que já deram importantes contribuições. Também fizemos grande progresso com o governo, que claramente quer apoiar a nossa viabilidade; e na semana que vem estarei me reunindo com as lideranças sindicais e prefeitos da região", complementou.

    Sindicato critica GM

    O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, que representa os mais de 4.000 colaboradores da fábrica da GM no município, manifestou-se sobre o assunto, dizendo ter recebido "com indignação" o comunicado interno. "A GM instaura um clima de apreensão entre os trabalhadores, afirmando que 2018 foi um ano de prejuízos para as plantas da América do Sul e que 2019 será decisivo para o futuro da fábrica. A empresa chega a mencionar a possibilidade de deixar a região. Ressalte-se que a GM detém 20% do mercado brasileiro e não está em crise financeira, afirmou a entidade.

    "Os planos de reestruturação mundial da empresa são dignos de repúdio de toda a sociedade. Em nome do lucro, a GM pretende demitir milhares de pais e mães de família em sete fábricas nos Estados Unidos, Canadá e, pelo que se sinaliza, América do Sul. Se for concretizada, a medida levará as cidades atingidas a passarem por inevitáveis tragédias sociais", completou o sindicato.

    Publicado em 21/01/2019


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