Como prometido em dezembro passado, a Volkswagen lançou em janeiro seu mais novo modelo, o Virtus. Novo mesmo: o sedã foi desenvolvido para o mercado latino-americano e não tem similar em outras praças.
Em princípio, daria para dizer que o Virtus é a versão sedã do Novo Polo, mas ele tem algumas particularidades importantes. A principal é a maior distância entre os eixos, que permitiu aos projetistas ampliar de forma muito generosa o espaço interno para os passageiros de trás. O conforto no banco traseiro do Virtus é superior até mesmo ao proporcionado por carros de porte e preço maiores. Diferentemente do Polo, que na versão brasileira tem o assoalho traseiro plano, o Virtus tem um túnel central, preservado para garantir a rigidez do modelo apesar do maior entre-eixos. Outro diferencial é o porta-malas, bem maior (com 521 litros), que levou ao “estiramento” do carro, aumentando seu comprimento total em 42,5 cm.
Sem ser uma revolução radical, o design do Virtus dá uma sacudida na tradicional mesmice da marca Volkswagen. A frente é um pouco mais dinâmica e as laterais, graças à linha dupla que leva à “flecha” na altura do para-lama dianteiro, mostra mais vivacidade. A harmonia está presente na curvatura suave do teto em direção à traseira.
Bom de estrada
Os benefícios da maior distância entre eixos não se limitam ao espaço para as pernas dos passageiros: o Virtus também é mais confortável ao rodar e transmite uma maior sensação de estabilidade na estrada, onde se mostra firme e equilibrado nas curvas.
Nosso teste inicial com o modelo foi com a versão de topo, Highline, que é equipada com o motor 1.0 TSI (batizado pela fábrica como 200 TSI) de 128 cv. Com três cilindros e turbinado, o motor surpreende pelo desempenho, trabalhando com bastante harmonia com o câmbio automático de seis marchas de série. Dentro da proposta de um sedã familiar, ele acelera muito bem e responde rapidamente ao acelerador quando necessário, como em ultrapassagens.
Seja na estrada, seja na cidade, o Virtus agrada. É silencioso, macio e tem a agilidade necessária para o uso cotidiano.
Inteligência cara
Nosso carro estava equipado com o painel digital Active Info Display, que dá ao carro um ar hightech digno de categorias e marcas mais caras. Evidentemente, por um preço: o conjunto de instrumentos é opcional. Uma das atrações destacadas no lançamento do carro, a inteligência artificial que responde verbalmente a consultas sobre o manual do carro, está associada também a um pacote disponível apenas para o Highline, com preço bem salgado.
Baseado na tecnologia Watson da IBM, o sistema da VW usa alto poder de computação para melhor compreensão da linguagem espontânea dos usuários, tendo maior capacidade também para “entender” perguntas informais. No uso, ele lembra o sistema Siri do iPhone, até pela resposta com voz feminina. Na maioria dos casos, ele é capaz de responder às mais diversas dúvidas do motorista (limitadas ao universo do carro). Porém, se não achar uma resposta, o sistema encaminha a dúvida para seres humanos na retaguarda, supostamente dotados de inteligência natural. Além disso, o sistema “fala” português e espanhol.
Embora os marqueteiros da VW enfatizem muito a expressão inteligência artificial, o uso dessa tecnologia no futuro deverá ser muito mais abrangente, principalmente nos sistemas de assistência à condução e segurança. Por enquanto, é só uma amostra do seu potencial.
Três versões
O Virtus está sendo lançado no Brasil em três versões. A opção de entrada é a MSI, equipada com motor aspirado de quatro cilindros 1,6 litro e câmbio manual de cinco marchas, com preço básico sugerido de R$ 59.990. As duas versões superiores usam o motor tricilíndrico 200TSI. O “200” é uma referência ao bom torque de 200 Nm – a potência é de 128 cv. Nas duas, o câmbio de série é automático, com seis marchas. A versão intermediária Comfortline tem preço básico de R$ 73.490 e deverá ser a mais vendida. O topo de linha é o Highline, que custa a partir de R$ 79.900.
Publicado em 30/01/2018
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