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  • Um templo do Automobilismo Brasileiro.
  • Por Claudio Larangeira

    Um templo do automobilismo esportivo brasileiro.

    Localizado na cidade de Passo Fundo, norte do Rio Grande do Sul, está o maior acervo de carros de corridas da América do Sul. Seu criador, Paulo Afonso Trevisan, um gaúcho, empresário da construção civil e piloto, que a quase 30 anos vem pesquisando, procurando e restaurando veículos de competições. O legado que esse empresário está montando para o resgate da história das competições no país é sem dúvida inestimável, pois muitos dos carros do museu, foram encontrados como verdadeiras sucatas. Paulo Trevisan, considerado por alguns como visionário, herói e até como um maluco, conta que é muito difícil montar e bancar um empreendimento desse porte, sozinho. Enquanto alguns passam informações, localizam peças e dão dicas de veículos, outros, até do meio automobilístico, olham os carros procurando um defeito e não para admiram o trabalho desenvolvido. Numa reportagem anterior, que fiz para a Revista Motor Show, eu o chamei de o Guardião de Tesouros.

    Como tudo começou.

    Os primeiros carros do acervo do Paulo Trevisan, foram um Gordini 1985, que usava para corridas na terra e um Formula Ford Berta 1992. Na mesma época alguns amigos que notaram o carinho com que Paulo restaurava e cuidava dos carros passaram a guardar seus veículos no espaço e a quantidade de exemplares foi aumentando. Logo em seguida, foi preciso montar um galpão maior, que recebeu o nome de Trevisan Racing Colection, para abrigar a pequena coleção.

    Nasce o Museu do Automobilismo Brasileiro

    Aficionado por automóveis e competições nacionais, Trevisan resolveu construir um espaço maior e montar um local que pudesse ser aberto à visitação, onde estivessem alguns carros importantes do automobilismo brasileiro. O primeiro local foi num galpão de dois andares e aberto à visitação em ocasiões especiais. Depois de alguns anos e a quantidade de carros aumentando para perto de 100, esse espaço também se tornou pequeno. Paulo aliou a ideia de um museu anexo ao seu projeto de um hotel.

    Com a inauguração do Hotel Prix, os carros começam a mudar para o prédio do novo museu. Com uma área de 4000 metros quadrados e cinco andares, a maioria dos carros já estão instalados. Ainda não está aberto normalmente ao público, mas são feitas algumas visitas agendadas ou programadas. Estão faltando ainda parte da ambientação, iluminação, imagens, sons e um histórico detalhado de cada carro. Trevisan é muito detalhista e metódico e calculou tudo sobre seu projeto. Pensou até na hipótese remota de um dia não estar mais ao lado de seu acervo. Para administrar o empreendimento, fundou a Associação Cultural e Museu do Automobilismo. A Associação tem vários imóveis na cidade que geram renda para manter o museu, e clausulas vedam a venda de qualquer veículo ou peças.

    As vedetes do Museu

    O acervo do Museu do Automobilismo Brasileiro além dos 127 veículos restaurados, outros em fase final de montagem, preserva também centenas de troféus, karts, motores, peças, mais de 100 mil fotografias e dezenas de horas de filmes de corridas nacionais, garimpados a mais de 25 anos. Uma particularidade é que todos os carros funcionam e em algumas ocasiões são levado para Guaporé ou Velopark para andarem.

    As surpresas, para quem visita o museu, começam logo na entrada, no térreo, um VW com 2 motores desenvolvido inicialmente na Puma e depois montado em Passo Fundo, num protótipo, a direita temos um ícone do automobilismo brasileiro, o Maverick Berta da Equipe Hollywood. Esse bólido da categoria Divisão 3, construído em 1974 por Oreste Berta sob a supervisão de Ansio Campos. Exemplar único, foi pilotado por Tite Catapani e Luiz Pereira Bueno. Possui motor Ford 302, cabeçotes Gurney Eagle, quatro Weber 48 e usa pneus ingleses Avon. Subindo a escada, onde os suportes do corrimão, são astes de amortecedores, temos no primeiro andar, alguns monopostos antigos, carros de turismo, rallye e várias carreteras, paixão do Paulo Trevisan. Entre as carreteras, destaque para a número 2 de Catharino Andreatta, a número 8 de Aristides Bertuol, a número 9 de Orlando Menegaz, gaúchos que se destacaram em competições pelo Brasil.

    Ao lado das carreteras, um grande painel, conta a história das Mil Milhas Brasileiras, vencidas várias vezes pelos gaúchos nesses veículos que hoje estão no museu e seus respectivos troféus. Além dos carros restaurados, o museu constrói algumas réplicas ou faz aperfeiçoamentos nos veículos existentes. Afinal eles correm normalmente em autódromos e a segurança é primordial. Por exemplo, o Protótipo Carcará II, baseado

    no Carcará I, que em 1966 alcançou 212,903 km/h, batendo recorde brasileiro e sul americano de velocidade. Baseado no chassi do Formula Jr, do Meta 20, foi construída uma carroceria pelo Toni Bianco, corrigindo as deficiências do primeiro veículo. Provavelmente se tentado um novo recorde, será maior que o anterior.

    Mais alguns carros tem a carroceria feita em alumínio pelo mago Toni Bianco. O Formula Jr., com mecânica DKW, a Barchetta Alfa Romeo, construída sobre um chassi original da Alfa 6C 2500SS. Para quem admira as Formulas, existem de todas as categorias, como 2, Vê, Ford, Chevrolet, Super Vê, de pilotos como Alex Dias Ribeiro, Clovis Morais, Pedro Muffato, Chico Lameirão, Alfredo Guaraná, Djalma Fogaça, Christian Fittipaldi e Rubens Barrichelo. Protótipos Furia do Jaime Silva, Trueno de Pedro Vitor Delamare, Heve do Jan Balder, Meta 20 do Chico Landi, A1 do Norman Casari e ao lado de vários modelos do Tubarão 1, 2 e 3. Ainda aguardando uma nova ambientação, o Karmann Ghia Porsche da Equipe Dacon, pilotado por Emerson Fittipaldi e Francisco Lameirão e vários karts antigos.

    Os veículos mais importantes e raros do museu são uma Maserati 4CM 1938 e a Maserati 4CLT DE 1948. Tendo ao volante Luigi Villoresi, esse carro venceu a prova inaugural do autódromo de Silverstone, em 1948 e o Grande Prêmio Cidade de São Paulo e o Grande Prêmio da Gávea, em 1949. Para saber e ver mais, só uma visita ao museu.

    www.museudoautomobilismo.com.br

    Prix Hotel (54) 3335-8400

    Publicado em 27/07/2017


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