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  • Carros movidos totalmente a bateria dispensam componentes tradicionais, geralmente fornecidos por fabricantes independentes
  • Por Jorge Meditsch

    Veículos elétricos podem prejudicar empregos na área automotiva

    A aceleração da produção e lançamento de carros elétricos está preocupando o setor de autopeças. Ante previsões como as da Volkswagen, que pretende lançar 30 modelos movidos puramente a bateria até 2025, grandes grupos de fornecedores de peças e componentes preveem redução nos pedidos de equipamentos tradicionais e, possivelmente, redução no número de empregos no setor.

    O presidente da fornecedora alemã de peças e componentes Continental AG, Elmar Degenhart, acredita que a mudança para a eletricidade irá reduzir o número de vagas na empresa. Ele ressalva, porém, que muitas dessas perdas podem ser compensadas por novos postos de trabalho relacionados à eletromobilidade.

    Degenhart falou ao semanário alemão Welt am Sonntag e sua predição não incluiu o detalhamento de quando e quantos empregos poderão surgir com o crescimento dos veículos elétricos. "Há tempo suficiente para planejar um processo de transição em que o golpe seja suavizado e possamos evitar um problema maior", afirmou ele, que informou que cerca de 30 mil dos 218 mil postos de trabalho na Continental dependem dos motores a combustão.

    Projetos totalmente elétricos podem dispensar caixas de câmbio e até mesmo o diferencial

    O que muda

    Dependendo de como é projetado, um carro elétrico pode dispensar equipamentos tradicionais indispensáveis nos modelos com motor a combustão. Um deles é a caixa de câmbio, que é um dos componentes mais caros nos carros convencionais. Por praticamente não gerarem vibrações, os motores elétricos dispensam coxins de montagem mais sofisticados, também.

    Se a opção dos projetistas for pelo uso de múltiplos motores, montados junto às rodas, até mesmo o diferencial pode ser eliminado, com sua função executada por um comando eletrônico. Outro componente afetado é o sistema de freios, devido à necessidade de recuperação de energia nas desacelerações. Direções hidráulicas devem ser substituídas por sistemas totalmente elétricos, bombas de óleo e de água praticamente desaparecem.

    Volume deve crescer rapidamente

    Nos Estados Unidos, as vendas totais de híbridos, plug-ins e elétricos puros, até agora, representam apenas 3% do mercado de veículos novos, mas especialistas acreditam que elas devem começar a subir rapidamente devido a vários fatores, entre eles a decisão da Agência de Proteção Ambiental, de manter as regras que exigem que os novos veículos atinjam uma média de consumo de 54,5 mpg (23,08 km/l) em 2025.

    O recente lançamento do Chevrolet Bolt EV, primeiro carro elétrico de grande autonomia com preço competitivo - abaixo de 30 mil dólares, considerando incentivos fiscais - é considerado um sucesso.

    Dezenas de fabricantes, de marcas de volume como Ford, Toyota e Volkswagen a marcas premium como a BMW, Mercedes-Benz e até mesmo a Aston Martin, anunciaram seus planos para EVs de grande autonomia no ano passado. A consultoria IHS Automotive prevê que as vendas de EVs puros poderão alcançar 3 milhões até 2025, e algumas indústrias acreditam que possam ser até o dobro.

    A Volkswagen está se empenhando a fundo em VEs, prometendo ter 30 modelos novos em 2025. A última ação para mostrar que está falando a sério é a apresentação do novo conceito Microbus EV no Salão de Detroit. O conceito é uma variante do hatchback compacto I.D., apresntado em setembrono Salão de Paris. Ele pode dar uma ideia do que virá, à medida em que a VW prepara-se para lançar mais de 25 carros a bateria durante os próximos dez anos.

    Publicado em 02/01/2017

    divulgação - Conceito VW Bulli


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