O Grupo Volkswagen fechou um acordo de 2 bilhões de dólares para cobrir 80 mil veículos equipados com motores diesel de três litros vendidos nos Estados Unidos. A empresa irá recomprar até 20 mil desses veículos, atingidos pelo escândalo da adulteração dos testes de emissões de motores diesel.
O mesmo juiz que decidiu a questão advertiu aos donos de veículos que poderão ser recomprados para que não “depenem” previamente seus veículos, vendendo peças, o que já teria ocorrido em alguns casos com os carros equipados com motores diesel de dois litros, incluídos em outro acordo.
O chamado “dieselgate”, que causou bilhões de dólares de prejuízos à Volkswagen e danos não mensuráveis à sua reputação foi detonado em 2015 pela revelação de que a empresa havia utilizado um software “defensivo” para burlar os testes de emissão, normalmente realizados em dinamômetros. No uso real, os veículos tinham uma eficiência muito menor.
O acordo cobrindo os motores menores foi fechado em junho passado e custou US$ 14,7 bilhões, dos quais US$ 10 bilhões destinados à recompra da maioria dos 475 mil carros envolvidos. Um montante adicional será destinado pela empresa à pesquisa envolvendo a redução de emissões.
O valor estabelecido para a recompra será o vigente na data em que o escândalo foi revelado, há 15 meses. Os donos também poderão receber uma compensação financeira adicional, entre US$ 5.100 e US$ 10.000.
Parte dos custos de reparação, recompra e compensação serão cobertos pela fabricante alemã de autopeças Robert Bosch GmbH, que teria ajudado a Volkswagen a encobrir o problema de emissões dos motores diesel.
A VW continua a negociar, paralelamente, um acordo com acionistas que perderam com a queda do valor das ações da empresa após o escândalo. O grupo também fechou um acordo de um bilhão de dólares com concessionárias americanas, cujo movimento também sofreu com a revelação dos fatos.
Publicado em 23/12/2016