Em tempos de downsizing, técnica que significa reduzir o tamanhos dos motores, mantendo ou ampliando o desempenho e diminuindo as emissões de poluentes, já existem carros de quatro cilindros que andam tanto ou mais que modelos V6 ou V8. A Mercedes-Benz, por exemplo, produz o hatch esportivo A45 AMG, equipado com propulsor 2.0 turbo de 360 cv de potência e 45,9 kgfm de torque.
O novo X90 da Volvo também segue essa tendência, trazendo sobre o capô exclusivamente motores de dois litros sobrealimentados, com potência de até 324 cv, dependendo da versão. A sueca Koenigsegg, por sua vez, promete elevar o nível de eficiência a outro patamar: anunciou planos de lançar um propulsor tetracilíndrico de apenas 1,6 litro capaz de render mais de 400 cv, mais que muitos blocos de oito cilindros.
De acordo com o site CarBuzz, para entregar tanta potência o novo motor vai usar, além de técnicas conhecidas de sobrealimentação, como turbo e/ou compressor mecânico, uma tecnologia proprietária da Koenigsegg, especializada em produzir artesanalmente esportivos de alta performance: em vez de usar o tradicional eixo de comando de válvulas, que coordena sua abertura e fechamento mecanicamente, um sistema dotado de atuadores pneumáticos e elétricos faz essa tarefa.
A grande vantagem é que, dessa forma, o acionamento das válvulas em diferentes faixas de rotação pode ter variação ilimitada, adptando-se ao modo de uso do motor. Também permite reduzir o diâmetro e aumentar o curso dos pistões, melhorando a eficiência energética. Com isso, a montadora afirma que o ganho de desempenho pode chegar a 30%. Essa tecnologia, inclusive, permite reduzir o tamanho e o peso do propulsor, além de agregar funções como o desligamento de cilindros para poupar combustível.
Recentemente, a Koenigsegg anunciou parceria com a marcha chinesa Qoros, pertencente à Chery, para desenvolvimento e fabricação em larga escala de motores sem eixo de comando de válvulas.
Publicado em 19/05/2016
